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sexta-feira, 20 de julho de 2012

As gangarras da caatinga



As fotos

Nestas fotografias podemos ver alguns algumas jandaias ou periquitos da caatinga e um papagaio. As fotografias foram obtidas na caatinga de Petrolina, PE.






O fato

Na região da caatinga o período de seca é marcado pela revoada de pássaros de diversos tipos em busca de alimentos.  Entre estes, temos o barulho insuportável das revoadas dos periquitos verdes ou gangarras. As gangarras ou periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum) são da ordem dos Psittaciformes e família Psittacidae. Essas aves são encontradas em toda região da caatinga nordestina. Os alimentos preferidos das gangarras são os frutos das plantas da caatinga, com destaque para os pequenos frutos do imbuzeiro no início da frutificação que ocorre no início da estação seca. Quando um bando de gangarras ataca um imbuzeiro no início da floração, provocam uma perda significativa da frutificação, pois elas consomem e derrubam os frutos nos primeiros dias de crescimento. Atualmente as gangarras têm causado severos danos em áreas com plantio de sorgo. Elas derrubam e consomem praticamente todos os grãos. Em muitas comunidades os agricultores atiram nos bandos de periquitos na tentativa de salvar parte da safra de sorgo. 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

500 mil cisternas no Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas imagens podemos observar algumas cisternas construídas até o momento. São mais de 500 mil cisternas. Embora já se tenha passados mais de 12 anos desde o lançamento do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação do Semiárido (ASA) que inaugurou a primeira cisterna no dia 23 de novembro de 2000 com o então ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho na Comunidade de Lagoa Grande no município de Sobradinho, Bahia. 









Os fatos

O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) teve grande impacto no seio das famílias da região semiárida do Nordeste, que até então tinha como único meio de obtenção de água para o consumo os barreiros, barragens, açudes, poços, cacimbas, carros-pipa, etc. Com o início da construção de um milhão de cisternas na região, muito se falou que foram quebradas as amarras dos agricultores aos senhores da água, os políticos regionais que faziam dos carros-pipa, garantia de um voto. Do lançamento do P1MC até agora, muitos anos se passaram e chegamos a um número significativo de cisternas. Muitas cisternas foram construídas onde havia necessidade de água e outras em locais que nunca residiu uma família. Contudo, novo cenário se firmava nos Sertões do Nordeste com as cisternas de placas. Nunca mais veríamos cenas onde nosso agricultor apanhava lama e levava para casa como água. Hoje, outra quebra de paradigma está sendo observado na região semiárida do Nordeste com as cisternas de plástico. Elas estão chegando onde as de placas não conseguiram. São mais de 700 mil que irão alterar definitivamente o cenário de nossas caatingas. Porém, a necessidade de carros-pipa para atender a demanda de água dessas novas cisternas em futuros anos de secas poderá ser um dos novos dilemas do Sertão. 






domingo, 8 de julho de 2012

Barreiros e barraginhas no Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos observar a construção de barreiros e barraginhas no Sertão do Nordeste. As fotografias foram obtidas na Comunidade de Volta do Riacho, Comunidade de Caldeirão e no Comunidade de Cristália no município de Petrolina, PE.







O fato

Embora a região Nordeste do Brasil abranja uma área significativa, suas bacias hidrográficas acumulam apenas 3% das águas disponíveis no País. São apenas dois grandes rios perenes que cortam a região, o São Francisco e o Parnaíba. O São Francisco é responsável por 63% da disponibilidade de água no Nordeste e o Parnaíba, por apenas 15%. Os demais rios da região são intermitentes e só fluem no período de chuvas. Mesmo assim, esses rios contribuem com mais de 20% da disponibilidade de água na região. Para aumentar a disponibilidade de água na região Nordeste foi construído mais de 70 mil grandes açudes no semiárido, cuja capacidade chega a mais de 30 bilhões de m³ de água. Contudo, esse volume ainda não atende as necessidades das populações em períodos de grandes estiagens. Na busca de alternativas para aumentar a disponibilidade de água no semiárido, muitas tecnologias voltadas para a captação e o armazenamento de água das chuvas têm sido desenvolvidas e adaptadas, tais como, os barreiros de irrigação de salvação, as barragens subterrâneas, as cisternas rurais, as barraginhas, as águas de estradas e caminhos, etc. Entre essas alternativas, a captação de água de estradas e caminhos adaptada pela Embrapa Semiárido no início dos anos 80, tem contribuído para o aproveitamento de um enorme volume de água de chuva que se perde anualmente por escoamento superficial nas estradas e caminhos do Sertão. Mais recentemente uma ação dos Governos Federal, Estaduais e municipais vem construindo barraginhas e barreiros em muitas comunidades com o objetivo de aumentar a oferta de água para os agricultores nos períodos de seca. No Caso das barraginhas, estas têm sido construídas para captar a água das chuvas das estradas e caminhos. Contudo, em função da intensidade das chuvas, muitas delas não suportam o volume do escoamento e rompem-se.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Operação carro-pipa no Sertão do Nordeste




As fotos

Nestas fotografias podemos observar carros-pipa abastecendo cisternas. As fotografias foram obtidas  nas Comunidade de Atalho, Comunidade de Caldeirão e na Comunidade de Barreiros no município de Petrolina, PE.






O fato

O ano de 2012 está sendo um dos mais severos em termos de seca para a região Nordeste do Brasil. No município de Petrolina, PE, choveu até o momento um total de 135 mm.  Se comparado ao ano de 2011 no qual choveu um total de 590 mm, esse volume é muito pouco. Essa irregularidade é uma das mais acentuada dos últimos 30 anos. Em vários estados muitos municípios já decretaram situação de emergência pela seca que vem ocorrendo no período que deveria ser chuvoso. Para atender parte da população que depende da água de chuva armazenada nas cisternas, a operação carro-pipa coordenada pelos governos federal, estaduais e municipais vem realizando um grande esforço no sentido de abastecer todas as cisternas da região. Uma das dificuldades encontrada é a falta de carros-pipa para abastecer as mais de 499.211 cisternas já construídas pelo programa P1MC (Um milhão de cisternas) financiadas pelo MDS. Como cada cisterna tem capacidade para 16 mil litros de água, necessita-se de 2 carros-pipa para cada uma e o número de pipas não é suficiente para atender toda demanda por água no Sertão. Na primeira fotografia podemos ver um carro-pipa contratado pela Prefeitura municipal de Petrolina, PE abastecendo a cisterna da residência da senhora Maria Eva da Silva na Comunidade de Atalho. A água é proveniente do canal de irrigação do Pontal localizado a 38 km da comunidade. Segundo dona Maria, este ano ela já recebeu 3 carros-pipa. Embora a água não seja tratada, os agentes de saúde da comunidade distribuem hipoclorito de sódio para os agricultores colocarem uma gota por litro antes de consumir a água.

terça-feira, 3 de julho de 2012

O transporte de água pelos agricultores no Sertão do Nordeste



As fotos

Nestas fotografias, podemos observar o transporte de água no Sertão.  As fotografias foram obtidas nos municípios dePetrolina, PE e Paulistana, PI.







Os fatos

A seca sempre ocorre em maior ou menor intensidade na região semiárida do Nordeste. Embora parte da água de beber venha de carro-pipa, muitos agricultores ainda percorrem longas distâncias para conseguir água para consumo e para os animais.  As formas de transporte de água são de vários tipos. Na verdade os agricultores buscam água dentro de suas condições, isto é, em jumentos, burros, carroças, caminhonetes, caminhões, etc. O meio de transporte não é importante para os agricultores. Importante é obter água para atender suas necessidades. O meio de transporte mais tradicional é a carroça de burro com o velho tambor de ferro ou com as bombonas plásticas. Na fotografia obtida na Fazenda Humaitá, podemos ver o transporte de água em reservatórios confeccionados pelos agricultores com borracha de pneu e madeira, chamados de ancoretas. Este tipo de recipiente apresenta uma vantagem comparativa com as bombonas e os tambores por ser mais duráveis e melhor para o transporte no lombo dos animais. Um fato que pode causar preocupação no uso dos tambores e bombonas é para possibilidade de contaminação da água com algum resíduo dos produtos embalados nestes recipientes, que normalmente são produtos químicos.