quarta-feira, 4 de abril de 2007

Repovoamento da caatinga com mudas de imbuzeiro


A foto
Nesta foto pode-se observar uma planta de imbuzeiro em área de desmatamento na caatinga para plantação de cultivos de subsistência como milho e feijão pelos agricultures. O processo de queimada provoca danos irreparáveis as plantas adultas do imbuzeiro, além de destruir as plantas jovens da área queimada. A foto foi realizada no município de Dormentes, PE.


O fato


A região semi-árida do Nordeste tem como característica principal, a escassez de recursos naturais, com destaque para a água. Contudo, algumas plantas, entre estas, o imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) conseguem sobreviver e produzir nestas condições. Os frutos e sementes do imbuzeiro são fontes de alimentos para os habitantes e animais domésticos e silvestres da caatinga. Todavia, a ocorrência de plântulas de imbuzeiro é pouco registrada o que põem em risco a sobrevivência desta planta e a sua contribuição para a região. Os animais silvestres, a exemplo, o tatu china, o caititu, o veado, a ema, a raposa, o tatu-peba, alimentam-se dos frutos do imbuzeiro na época da safra. Este trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento e a sobrevivência de plantas de imbuzeiro na recuperação de áreas de caatinga degradadas. O trabalho foi realizado no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2002 em uma área de 23 hectares de caatinga degradada da comunidade de Alto do Angico e 18 hectares de caatinga nativa na Estação Experimental da Embrapa Semi-Árido no município de Petrolina, PE. Foram selecionados aleatoriamente 10 hectares de caatinga, sendo 5 na área da comunidade e 5 na Estação Experimental. Em cada hectare foram abertas trilhas de 1 m de largura com 100 metros de comprimento, espaçadas a cada 10 metros entre se para o plantio de 1000 mudas com idade de 6 meses. No primeiro ano, a precipitação foi de 357,8 mm. Esse volume de chuvas contribuiu para que 100% das mudas sobrevivessem na estação chuvosa. Na estação seca, apenas 78% das mudas sobreviveram na área degradada e 96% na área de caatinga nativa. Em relação à ocorrência de danos, na área degradada 97,2% das mudas tiveram seus ramos e folhas consumidas pelos caprinos, principalmente na estação seca. Já na área de caatinga nativa, 25,6% das mudas tiveram seus ramos e folhas danificadas por insetos. No segundo ano, a precipitação foi de 428,7 mm. Esse volume de chuvas contribuiu para sobrevivência das mudas na estação chuvosa. Na estação seca morreram muitas plantas. Na área de caatinga degradada sobreviveram 62,6% das plantas. Na caatinga nativa, 76,6% das plantas sobreviveram no segundo ano. Quanto à ocorrência de danos as plantas, na área degradada no segundo ano 68% das mudas tiveram seus ramos e folhas consumidas pelos caprinos, principalmente na estação seca. Na caatinga nativa, 46,5% das mudas tiveram seus ramos e folhas danificadas por insetos na estação chuvosa. No terceiro ano, ocorreu uma precipitação de 327,3 mm na área do experimento, sendo que 54,5% desse volume foram registrados nos meses de abril e maio. Nestes meses observaram-se os maiores índices de danos provocados pelos insetos nas folhas e ramos das plantas de imbuzeiro na área de caatinga nativa. Na área de caatinga degradada sobreviveram 25,6% das plantas e na caatinga nativa, 57,2% das plantas sobreviveram no terceiro ano. A altura e o diâmetro basal das plantas na área degradada no segundo ano foram, em média, de 98 e 1,78 cm, respectivamente. Na área de caatinga nativa a altura média das plantas foi de 1,35 m com diâmetro basal de 3,54 cm, em média. A altura média da copa na área nativa foi de 47,22 cm, enquanto que na área degradada foi de 26,0 cm, em média. Quanto à ocorrência de danos as plantas, na área degradada 100% das mudas tiveram seus ramos e folhas consumidas pelos caprinos, principalmente na estação seca. Na caatinga nativa, 82,5% das mudas tiveram seus ramos e folhas danificadas por insetos.

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