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sábado, 1 de junho de 2013

A seca e a oferta de proteína para os animais no Sertão

As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns aspectos da seca no Sertão e plantas da caatinga que servem de alimentos para os animais na seca, como também o crescimento da leucena em diferentes substratos. As fotografias foram obtidas nos municípios de Petrolina.






Os fatos

Entre as alternativas adaptadas e desenvolvidas pelos pesquisadores brasileiros para amenizar os efeitos das secas e a pouca oferta de proteína para os animais nos sertões do Nordeste, uma da que mais se destacou foi o CBL, conhecido também como Banco de Proteínas. Este sistema que têm com base o cultivo de algumas espécies exóticas (Capim buffel e leucena, principalmente) associadas à vegetação natural da caatinga, em muito tem contribuído para melhoria da alimentação dos animais. A ideia central do CBL é que a vegetação da caatinga seja utilizada pelos animais por um maior período com suplementações do capim buffel e da leucena. Com as irregularidades das chuvas em 2012 e 2013, essas estratégias não têm suportado a falta de chuvas e pouco contribuíram para amenizar a fome dos animais. O CBL é bastante eficiente em períodos regulares de chuvas, todavia, em períodos longos de estiagem, o capim buffel e a leucena não sobrevive, como tem sido observado nestes dois anos de seca no Sertão. Há necessidade de encontramos novas espécies de gramíneas e leguminosas que realmente sejam mais adaptadas às condições adversas do Sertão, visto que temos regularidade no período de seca. De modo geral, as variedades de capim buffel e leucena que foram introduzidas no Nordeste dependem de regimes pluviométricos acima de 800 a 1.500 mm, o que não é realidade no Sertão nordestino. Em um trabalho de pesquisa realizado recentemente, foram testados diferentes substratos, com o objetivo de verificar os que proporcionam melhores condições para o desenvolvimento de mudas de leucena. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com cinco substratos (areia); (solo); (areia + solo); (areia + esterco); e (areia + solo + esterco), sendo as combinações em proporções de 50% de cada material com quatro repetições. O trabalho foi realizado de maio de 2012 a maio de 2013, em temperatura ambiente, na Embrapa Semiárido, em Petrolina, PE. Foram realizadas  avaliações a cada 30 dias até os 360 dias após o plantio da altura das plantas, da produção de fitomassa verde e seca da parte aérea e das raízes. Verificou-se que nos substratos onde houve combinação do solo com a areia e a matéria orgânica, as plantas apresentaram maior desenvolvimento. Como na região semiárida do Nordeste temos uma combinação de solos rasos e pobres em matéria orgânica e pouca chuva, essas espécies podem não ser as mais indicadas para o cultivo.

Um comentário:

Paulo Romero de Farias Neves disse...

Amigo Nilton!!

Realmente,temos que pesquisar novas alternativas de forrageiras,para o semiárido nordestino;pois é praticamente impossível se praticar a pecuária,sem uma grande reserva alimentar,seja por silagem,fenação,ou pasto natural...

No cariri paraibano(Minha região de origem),a leucena tem conseguido sobreviver a maior estiagem dos últimos 60 anos.Sabemos que ainda faltam pesquisas para aferir a sua real capacidade de resistência a seca,mas por aqui ela já tem me surpreendido de forma positiva.

Abração!
Paulo Romero.
Meliponário Braz.