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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Palha de milho produzida em área irrigada para alimentação dos animais na caatinga



As fotos

Nestas fotografias podemos observar um agricultor cortando e queimando mandacaru para alimentação de seus animais. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.














Os fatos


Com as irregularidades das chuvas em 2012 e 2013 a oferta de alimentos para os animais na caatinga tem sido a maior dificuldade enfrentada pelos agricultores. Em algumas regiões da caatinga as poucas chuvas formaram um pouco de água que ainda atende as necessidades de consumo dos animais, todavia, a falta de alimentos é a principal causa da grande mortandade dos rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos nos sertões do Nordeste. As estimativas apontam para a morte de mais de 900 mil cabeças de gado, além de outros animais nos estados mais castigados pela seca. A capacidade de suporte da caatinga já não existe mais. Resta aos agricultores à coleta e a retirada de espécies nativas da caatinga como o mandacaru, o xiquexique e a macambira para salvar o que restou de seus animais. Em muitas comunidades a falta de água nos açudes, barragens e barreiros têm contribuído para morte de sede dos animais no sertão nordestino. Todavia o governo federal junto com os governos estaduais tem realizado ações no sentido de contribuir para solução dos problemas enfrentados pelos agricultores, principalmente com o envio de milho para os agricultores usarem na alimentação dos animais. Em Pernambuco o governo estadual está desenvolvendo ações voltadas para o atendimento emergencial dos animais com a oferta de palha de cana na região da Zona da Mata e Agreste e de palha de milho no Sertão. No Sertão o milho está sendo produzido no Perímetro Irrigado do Vale do São Francisco em uma área de 140 hectares no Projeto de Irrigação de Bebedouro. Por semana, são colhidas quase 300 toneladas de palha do milho, o suficiente para abastecer 40 caminhões que seguem para 14 municípios do Sertão do São Francisco e do Araripe. 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O uso do cachimbo no Sertão de Pernambuco

As fotos

Nestas fotografias podemos ver uma agricultora do Sertão de Pernambuco, Dona Joaninha com seus 95 anos realizando uma das suas preferências, fumando o cachimbo. A fotografia foi obtidas na Comunidade Sítio Alta do Angico no município de Petrolina, PE.







O fato

O cachimbo é um artefato utilizado pelos agricultores para colocação do fumo. O cachimbo foi descoberto pelos colonizadores ao chegarem às terras das Américas antes de Colombo.  Nas tribos indígenas o cachimbo era utilizado em rituais de muitas tribos e povos. Nestes rituais os silvestres americanos procuravam uma ligação com os espíritos utilizando à fumaça do cachimbo obtida de folhas de plantas que posteriormente foram denominadas como cultura do fumo. No Sertão os agricultores utilizavam o fumo por inalação com cigarros de palha, cachimbo, rapé e mastigando o fumo de rolo. Para obtenção do fumo de rolo os agricultores da região de Arapiraca no Sertão de Alagoas que era uma das regiões de maior produção de fumo no Brasil, colhiam as folhas do fumo e preparavam os rolos depois de um processo de secagem e cura ao sol por até 90 dias. Embora existindo os famosos cigarros como o continental, o gaivota, entre outros, o cachimbo e o cigarro de palha era a forma o mais tradicional para inalação do fumo na caatinga. Havia também uma tradição no interior dos Sertões que se o caçador não levasse fumo para caipora não conseguiria encontrar nenhuma caça.  Hoje, com a produção de fumo em outros países os cigarros, principalmente os importados estão muitos baratos e dificilmente se ver um agricultor fumando um cachimbo com fumo de rolo.

terça-feira, 2 de julho de 2013

A floração da beldroega na caatinga seca do Nordeste

As fotos

Nestas fotografias podemos observar a beldroega com intensa floração na caatinga após  uma chuva e a visitação de algumas borboletas as flores abertas.  As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





Os fatos

Embora a seca tenha castigado severamente a caatinga nestes últimos meses, as poucas chuvas que tem ocorrido ainda possibilitam o surgimento de plantas e flores que tornam o ambiente belo. São inúmeras plantas que nascem, crescem e florescem com apenas uma chuva. Entre essas plantas temos a beldroega (Portulaca oleracea). A beldroega também é conhecida como: bredo-de-porco, capanga, ora-pro-nobis, porcelana, salada-de-negro. A beldroega é uma planta que nasce logo após as chuvas com ciclo de desenvolvimento muito rápido. Neste período sua intensa floração é um dos belos espetáculos da caatinga. As flores de beldroega são  delicadas, pequenas e possuem  pétalas com coloração amarela. Suas flores atraem muitos insetos, principalmente borboletas e abelhas nativas da caatinga. 

sábado, 8 de junho de 2013

A seca e o leite de cabra no Sertão


As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma casa de agricultor com caprinos, os animais no aprisco, a ordenha de uma cabra, animal bebendo água, animais consumindo mandacaru queimado, um agricultor transportando mandacaru para os animais e uma área de caatinga com as folhas maduras ao chão.  As fotografias foram obtidas em comunidades do Sertão de Pernambuco no município de Petrolina.







Os fatos


O Nordeste brasileiro concentra mais de 90% do rebanho brasileiro de caprinos, estimado em mais de 13 milhões de cabeças. No Estado da Bahia encontra-se mais de 3 milhões de cabeças, favorecidas, principalmente pelas dimensões territoriais da região e a diversidade da vegetação, contudo esse rebanho tem sofrido danos severos com a sequência das secas que assolam a região. A seca tem provocado à mortandade de grande parte do rebanho de bovinos, porém, os caprinos de modo geral conseguem suportar  seus efeitos alimentando-se com a pouca produção de forragem da caatinga. Embora as chuvas tenham sido consideradas muito abaixo das médias, a caatinga ainda consegue produzir um pouco de folhas que alimentam os caprinos. Em muitas partes do Sertão, os pequenos criadores de caprinos não tiveram perdas significativas de seus animais pela falta de alimentos. O que mais tem afetado o rebanho de caprinos na região seca é a falta de água para consumo. Muitos agricultores tem vendido parte do rebanho de caprinos para aquisição de água para o consumo. O que chama a atenção no comportamento dos caprinos no período de seca é a sua capacidade de sobrevivência as adversidades da região. Isso pode ser atribuído de modo geral ao fato de que esse rebanho apresente um percentual significativo de animais SRD (Sem Raça Definida), adaptados às intempéries da região e a uma pequena melhoria na genética dos rebanhos com a introdução de algumas raças exóticas. Os caprinos são considerados como a  garantia de renda para as famílias do Sertão durante todo o ano. Os agricultores consomem e vendem os animais, principalmente para o mercado local, onde há uma demanda alta pelo consumo da carne de caprinos. Outra fonte de renda é a venda do esterco para adubação orgânica em áreas de agricultura irrigada. A produção de leite, embora pequena é consumida in natural ou transformada em queijos de coalho artesanais, doces de leite, etc. Embora o leite de cabra seja rico em triptofanos, cálcio, fósforo, vitamina B2, proteína e potássio, seu consumo ainda é pequeno quando comparado com outras regiões produtoras. Uma das vantagens comparativas do leite de cabra da caatinga é a vegetação consumida pelos animais.  Nossas cabras consomem de modo geral as folhas, frutos e tubérculos da caatinga o que garante um leite puro de boa qualidade. Mesmo na seca, quando tudo parece perdido, ainda é possível um agricultor conseguir um pouco de leite de suas cabras no Sertão.

sábado, 1 de junho de 2013

A seca e a oferta de proteína para os animais no Sertão

As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns aspectos da seca no Sertão e plantas da caatinga que servem de alimentos para os animais na seca, como também o crescimento da leucena em diferentes substratos. As fotografias foram obtidas nos municípios de Petrolina.






Os fatos

Entre as alternativas adaptadas e desenvolvidas pelos pesquisadores brasileiros para amenizar os efeitos das secas e a pouca oferta de proteína para os animais nos sertões do Nordeste, uma da que mais se destacou foi o CBL, conhecido também como Banco de Proteínas. Este sistema que têm com base o cultivo de algumas espécies exóticas (Capim buffel e leucena, principalmente) associadas à vegetação natural da caatinga, em muito tem contribuído para melhoria da alimentação dos animais. A ideia central do CBL é que a vegetação da caatinga seja utilizada pelos animais por um maior período com suplementações do capim buffel e da leucena. Com as irregularidades das chuvas em 2012 e 2013, essas estratégias não têm suportado a falta de chuvas e pouco contribuíram para amenizar a fome dos animais. O CBL é bastante eficiente em períodos regulares de chuvas, todavia, em períodos longos de estiagem, o capim buffel e a leucena não sobrevive, como tem sido observado nestes dois anos de seca no Sertão. Há necessidade de encontramos novas espécies de gramíneas e leguminosas que realmente sejam mais adaptadas às condições adversas do Sertão, visto que temos regularidade no período de seca. De modo geral, as variedades de capim buffel e leucena que foram introduzidas no Nordeste dependem de regimes pluviométricos acima de 800 a 1.500 mm, o que não é realidade no Sertão nordestino. Em um trabalho de pesquisa realizado recentemente, foram testados diferentes substratos, com o objetivo de verificar os que proporcionam melhores condições para o desenvolvimento de mudas de leucena. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com cinco substratos (areia); (solo); (areia + solo); (areia + esterco); e (areia + solo + esterco), sendo as combinações em proporções de 50% de cada material com quatro repetições. O trabalho foi realizado de maio de 2012 a maio de 2013, em temperatura ambiente, na Embrapa Semiárido, em Petrolina, PE. Foram realizadas  avaliações a cada 30 dias até os 360 dias após o plantio da altura das plantas, da produção de fitomassa verde e seca da parte aérea e das raízes. Verificou-se que nos substratos onde houve combinação do solo com a areia e a matéria orgânica, as plantas apresentaram maior desenvolvimento. Como na região semiárida do Nordeste temos uma combinação de solos rasos e pobres em matéria orgânica e pouca chuva, essas espécies podem não ser as mais indicadas para o cultivo.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

A capacidade de produção do imbuzeiro em anos de seca na região semiárida do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos observar plantas de imbuzeiro com frutos maduros caídos ao chão, agricultores vendendo os frutos em feira livre e para outras regiões e o processamento do imbu em uma comunidade. As fotografias foram obtidas nos municípios de Petrolina, PE, Uauá e Jaguarari, BA.





Os fatos

Embora a seca tenha afetado severamente a região semiárida do Nordeste no ano de 2012 e nos primeiros meses deste ano, em algumas comunidades do Sertão nordestino, muitas famílias de pequenos agricultores têm obtido alguma renda extra com o extrativismo e agregação de valor ao fruto do imbuzeiro. Isso se deu em função de que o imbuzeiro é uma planta nativa de grande capacidade adaptativa as condições adversas da região semiárida do Nordeste e possui um sistema radicular modificado com raízes tuberosas onde armazena uma grande quantidade de seiva elaborada o que contribui para que essa planta possa enfrentar secas severas. A safra do imbuzeiro que ocorreu nos meses de janeiro a março de 2012 não sofreu reduções significativas, visto que, no ano de 2011 as chuvas foram na ordem de 590 mm e em 2012 foram de apenas 147,5 mm. Este ano até o momento choveu 135,2 mm, todavia a safra do imbuzeiro ainda foi significativa em algumas comunidades. Dados obtidos de uma pesquisa com plantas nativas de imbuzeiro localizadas na área do Campo Experimental da Embrapa Semiárido em 2013 demonstraram que, em média, cada planta de imbuzeiro produziu um total de 13.131 frutos que pesaram aproximadamente 229,23 kg. Esse valor não é muito baixo se comparado com a média de produção das plantas que é de 300 kg/ano. Essa capacidade produtiva do imbuzeiro, mesmo em anos de seca severa demonstra que a utilização de forma racional desta planta pode contribuir para amenizar a situação vivida pelos agricultores em anos de secas na região semiárida do Nordeste. 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Crescimento do imbuzeiro aos 15 anos na caatinga


As fotos

Nestas fotografias podemos observar fases do estudo do crescimento de uma planta de imbuzeiro com 15 anos. As fotografias foram obtidas no Campo Experimental da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE.








Os fatos

O imbuzeiro é uma planta nativa da caatinga de grande importância para os pequenos agricultores da região pelo fornecimento de frutos no período de safra. As flores do imbuzeiro são fontes de alimentos para pássaros, insetos e abelhas nativas da caatinga. Já os frutos são consumidos por muitos animais silvestres, principalmente pela raposa, cutia, tatu-peba, caititu e muitos outros. Quando da ocorrência da safra os frutos maduros que caem ao chão e as folhas verdes e secas são consumidas pelos caprinos. Embora seja uma planta de grande importância para o Bioma Caatinga, os estudos sobre o imbuzeiro ainda são bastante escassos. No Campo Experimental da Embrapa Semiárido em Petrolina, PE, estamos conduzindo um trabalho de pesquisa cujo objetivo é conhecer os detalhes de crescimento do imbuzeiro. Neste ano foram avaliadas plantas com idade de 15 anos. Os resultados obtidos aos 15 anos foram os seguintes: altura da planta 2,63 m, o diâmetro basal do caule ao nível do solo foi de 10,61 cm. A circunferência do caule ao nível do solo foi de 35,34 cm. A altura média da copa foi de 5,32 m. O maior e o menor diâmetro da copa foram de 6,10 e 5,28 m, respectivamente. As raízes horizontais e verticais mediram, em média, 10,37 e 1,68 m, respectivamente.  O maior  diâmetro das raízes foi de 5,23 cm. As plantas apresentavam, em média, 16 raízes principais. O peso médio das folhas foi de 10,75 kg. Os galhos pesaram, em média, 66,12 kg. O peso verde das raízes foi de 15,96 kg. Foram encontrados, em média, 546 xilopódios por planta. Aos 15 anos de crescimento as plantas produziram uma média de 928 frutos que pesaram um total de 16,06 kg.

domingo, 14 de abril de 2013

As plantas da caatinga e a seca no Sertão do Nordeste



As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma planta de imbuzeiro e de juazeiro com suas folhas verdes. Uma planta de mandacaru com flores e frutos. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





Os fatos

A seca que afeta a região semiárida do Nordeste neste momento, tem apresentando características diferentes de outras secas que já ocorreram na região. Há localidades onde as chuvas têm ocorrido em quantidade suficiente para a formação de água e pastagem para os animais e outras onde os agricultores conseguiram planta e estão colhendo um pouco de feijão. Contudo, a maior parte da região semiárida esta enfrentada uma seca sem precedentes, onde falta água e alimentos para os rebanhos locais. O grande diferencial é que a água para o consumo humano tem sido fornecida, embora irregular, pelos carros-pipas. No Sertão de Pernambuco segundo a APAC (Agência Pernambucana de Água e Clima), no mês de janeiro os municípios onde foram registrados os maiores volumes acumulados foram: Moreilândia (277,0 mm), Araripina (227,0 mm), Ouricuri (199,0 mm), Exu (186,2 mm), Iguaraci (164,7 mm), Santa Cruz da Venerada (152,7 mm), Ipubi (152,0 mm), Bodocó (147,4 mm) e Afrânio (145,2 mm). No mês de fevereiro as maiores chuvas foram registradas em: Exu (69,6 mm), Araripina (57,0 mm), Santa Cruz da Baixa Verde (42,0 mm), Triunfo (34,3 mm) e São José do Egito (33,3 mm). No mês de março as maiores precipitações, foram observadas em: Araripina (174,0 mm), Quixaba (154 mm), Afogados da Ingazeira (132 mm) e Santa Teresinha (117, o mm). No mês de abril, até o momento, as maiores precipitações no Sertão foram observadas nos municípios de Araripina (23,0 mm); Moreilândia (13,0 mm); Ouricuri (46,6 mm); Exu (31,6 mm); Afrânio (112,5 mm). Como se pode observar, em alguns municípios do Sertão os volumes de chuvas são significativos, embora a seca ainda esteja causando danos severos para a agricultura e pecuária da região. No Sertão do São Francisco, especificamente no município de Petrolina, PE, até o momento choveu somente 119,2 mm, sendo 92 5 mm no mês de janeiro. Essa situação está configurando um novo panorama no Sertão, onde a vegetação começa a se representada pelas plantas nativas que tem suportado a seca como o imbuzeiro, o juazeiro, a baraúna, o mandacaru, entre outras. Para os criadores de animais do Sertão, principalmente os criadores de bovinos, é hora de sentar, pensar e planejar o futuro de seus empreendimentos neste novo cenário nordestino.

terça-feira, 26 de março de 2013

As chuvas renovam a esperança dos sertanejos



As fotos

Nestas fotografias podemos observar poças de água de chuva na estrada, um bovino bebendo água em uma poça, um açude com água de chuvas e agricultores preparando a terra e plantando. As fotografias foram obtidas na Comunidade de Carretão no município de Petrolina, PE.







Os fatos

No interior do município de Petrolina, PE, as chuvas de São José tardaram mais não faltaram. Em algumas comunidades ocorreram bastantes chuvas no dia 21 de março com volume superando os 90 mm. Essas chuvas vieram contribuir para amenizar a situação de calamidade que afeta toda região Nordeste. Onde as chuvas caíram, houve um significativo escoamento de água que foi retida em pequenos açudes, barragens barreiros e nos riachos. Em algumas localidades a vegetação já apresenta uma nova folhagem que serve de alimento para os animais. A quantidade de água acumulada em alguns açudes e barreiros já é suficiente para manutenção dos animais até o final do ano se não houver mais chuvas. Para os agricultores, a esperança foi renovada e muitos já prepararam novas áreas de plantio e estão mais uma vez plantando, especialmente o milho e o feijão na esperança de colher alguma coisa. Em algumas comunidades o que sobrou do plantio das chuvas de janeiro ainda pode produzir um pouco com essas chuvas de março. Mais para os pequenos agricultores que perderam a maior parte do gado, as chuvas pode contribuir para que aqueles animais que ainda estavam vivos consigam superar mais uma longa etapa de seca.  Contudo, a seca embora tenha causado perdas irreparáveis, não  diminuiu a esperança dos nordestinos de dias melhores, pois, mesmo sem a certeza da continuidade das chuvas, eles já estão outra vez plantando.

terça-feira, 19 de março de 2013

Dia de São José sem chuvas no Sertão de Pernambuco


As fotos

Nestas fotografias podemos observar um barreiro seco, um agricultor entre a plantação de palma morta, um rebanho de caprinos que sobreviveu até agora e bovinos agonizantes com a seca. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






Os fatos

No Nordeste brasileiro o dia 19 de março é dedicado a São José. Segundo muitos agricultores, neste dia normalmente ocorrem chuvas que proporcionam o plantio de milho que é colhido no dia de São João, quando os agricultores produzem gostosas pamonhas e canjicas que são consumidas ao lado da fogueira de São João ao som de muita música nordestina. Contudo, 19 de março de 2013 não será comemorado pelos agricultores do Sertão, pois a seca ainda causa muito problemas para toda região. Para muitos agricultores do Sertão de Pernambuco, fevereiro foi um mês desolador, pois as lavouras plantadas com as chuvas de janeiro não suportaram a falta de chuvas e as altas temperaturas que assolaram a região. Na Estação Experimental da Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE, até agora choveu um total de 92,5 mm, sendo: 76,2 mm no dia 17 de janeiro; 2,3 mm no dia 21; 10,3 mm no dia 22 e 3,7 mm no dia 27 deste mês. De lá para cá não houve mais nenhuma chuva na região.  Normalmente o período de chuvas do Sertão é fevereiro e março, se não tivermos precipitações até o final deste mês, a região do Sertão nordestino terá consequências graves, visto que, muito pouco ou quase nada restou nas propriedades rurais para os pequenos agricultores enfrentarem mais um ano de seca, principalmente para os criadores de gado que já perderam a maior parte de seus rebanhos. Para os criadores de caprinos, a esperança é conseguir vender os animais que suportaram a seca, antes que todos morram pela falta de alimentos e água.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Fevereiro sem chuvas no Sertão de Pernambuco

As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma agricultora segurando um pequeno pé de feijão que sobrou na roça, uma área de plantio com milho murcho por falta de água, caprinos em busca de alimentos no pasto seco e um barreiro sem água. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE, após o mês de fevereiro sem chuvas.







Os fatos

Hoje, 28 de fevereiro de 2013 é um dia triste na história do Sertão de Pernambuco, visto que, esse foi o único mês de fevereiro que não choveu nos últimos 30 anos em algumas áreas do Sertão. Para muitos agricultores este mês foi desolador, pois as lavouras plantadas com as chuvas de janeiro não suportaram a falta de chuvas e as altas temperaturas que assolaram a região neste mês. Em alguns municípios do Sertão embora tenha ocorrido chuvas como em Araripina com 57 mm, Exu com 69,6 mm e Santa Cruz da Baixa Verde com 42 mm, segundo dados da APAC (Agência Pernambucana de Águas e Clima), a seca continua com consequências graves, principalmente para os criadores de bovinos, cujo rebanho tem registrado as maiores perdas até o momento.  No Sertão de Pernambuco os meses de fevereiro e março são considerados os mais chuvosos. Em 2011 e 2012 tivemos a ocorrência de 87,2 e 84,7 mm, respectivamente. Já em 2004 tivemos um total de 255,6 mm no mês de fevereiro, seguido por 2007 com 245 mm e 2009 com um total de 257,1 mm no mês de fevereiro. O ano de menor ocorrência de chuvas em fevereiro no Sertão foi de 3,1 mm em 1984. Estamos com um quadro que pode ser considerado de “seca verde”, isto é, parte da caatinga esta verde onde choveu no mês de janeiro e outra ainda enfrenta as consequências da seca de 2012. Por outro lado, na área verde, não há água para o consumo dos animais e para o cultivo das principais lavouras da região como o milho e o feijão. Amanhã uma nova esperança surge nos sertões do Nordeste, o mês de março. Este mês normalmente é chuvoso, contudo, as previsões não são boas. Resta aos sertanejos apelar para que São José traga muita chuva no seu dia.  

domingo, 10 de fevereiro de 2013

A venda de imbu no Sertão da Bahia em 2013


As fotos

Nestas fotografias podemos observar a venda de imbu no Sertão da Bahia na safra de 2013. As fotografias foram obtidas nas comunidades de Caldeirão da Serra no município de Curaçá e Flamengo no município de Jaguarari, Bahia.







Os fatos

O extrativismo do fruto do imbuzeiro é uma das principais fontes de renda de muitos agricultores do Sertão baiano.  A principal forma de comercialização do fruto do imbuzeiro na região ainda é a venda para atravessadores que representam grandes comerciantes de Salvador, Recife e outras capitais do Nordeste ou as margens das rodovias que cruzam o sertão. Nesta forma de comercialização os atravessadores fazem um contrato verbal com os agricultores na comunidade para compra de toda a safra de imbu. O preço do saco de imbu que normalmente é comercializado por R$ 12,00. Este ano, em função da seca, o saco do imbu está sendo comercializado por R$ 30,00 ou R$ 33,00 para venda aos atravessadores. Para aqueles agricultores que trazem os frutos para as feiras livres ou para margem das rodovias, o preço é maior, pois estes vendem um litro por R$ 2,00, o que pode proporcionar uma renda de até R$100,00 por saco. A produção de frutos do imbuzeiro este ano pode ser menor que a safra 2010 e 2011 que foram de 9.804 e 9.327 toneladas, respectivamente, segundo dados do IBGE (Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, v. 26, 2011). Todavia, essa atividade garante uma renda extra para os pequenos agricultores que não tiveram praticamente nenhum lucro de lavouras em suas roças com a seca de 2012.