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sábado, 17 de maio de 2014

A sobrevivência do veado-catingueiro na caatinga do Nordeste

A foto

Nesta fotografia podemos observar um belo exemplar de um veado-catingueiro em uma área de caatinga. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE.



Os fatos

Muito se tem reclamado das secas no Sertão do Nordeste, principalmente pela mortandade dos animais domésticos, principalmente de bovinos, ovinos e caprinos. Por outro lado, temos uma fauna rica em espécies que sobrevivem a essas calamidades quase que sem sofrer quaisquer danos. Uma dessas espécies é o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira).  Sua maior ameaça é a caça indiscriminada. O veado-catingueiro é uma espécie de pequeno porte de ocorrência em todo o território nacional, contudo em algumas regiões do Brasil, principalmente no Nordeste, essa espécie vem a cada dia sendo pouco observada.  Essa espécie ocorre em diferentes tipos de vegetação, como florestas, savanas, matas e áreas de cerrado e caatinga. Nas caatingas do Nordeste o veado-catingueiro prefere as áreas de formação de pastagens, onde se alimenta de brotos, gramíneas e leguminosas da caatinga, principalmente dos frutos, além do consumo das cactáceas no período de seca. O veado-catingueiro alimentou-se, basicamente de mandacaru, xiquexique e outros pequenos cactos da caatinga como o rabo de raposa, o caroá, etc. Não há registro de que as secas tenham afetado esses animais, visto que, eles só consomem água se encontra disponível, caso contrário, obtém a água que precisa das plantas da caatinga. Enquanto nossos criadores de caprinos e ovinos do Sertão vêm a cada dia alterando a genética de seus rebanhos com raças importadas, pouco adaptadas a nossas condições, o veado-catingueiro continua firme e forte na conivência com a seca. Infelizmente não temos estudos onde as características de rusticidade desses animais possam ser repassadas para os nossos rebanhos capacitando-os as adversidades climáticas da região. Nada ou quase nada mudou da colonização até agora, isto é, os colonizadores pouco tiveram interesse pela fauna do Sertão, mais priorizaram a introdução de espécies exóticas, como o caprino. Hoje, o que temos é a continuidade dessa politica com a introdução constante de novas raças de caprinos e ovinos para os Sertões do Nordeste. Assim, uma pergunta fica sem resposta, se o veado consegue sobreviver às secas sucessivas do Nordeste, porque nossos criadores tem que esperar a mão protetora do Estado para salvar seus rebanhos no período de seca?

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Crescimento do imbuzeiro aos 16 anos

As fotos

Nestas fotografias podemos observar as fases do estudo do crescimento de uma planta de imbuzeiro com 16 anos de idade. As fotografias foram obtidas no Campo Experimental da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE em abril de 2014.





Os fatos


Embora o imbuzeiro seja uma planta nativa da caatinga de grande importância para os pequenos agricultores da região semiárida do Nordeste, poucos estudos têm sido realizados no sentido se obter maior conhecimento desta planta. Neste sentido, estamos realizando uma pesquisa para obtenção de maiores conhecimentos sobre o desenvolvimento do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco. Os estudos estão sendo realizados no Campo Experimental da Embrapa Semiárido em Petrolina, PE, cujo objetivo é conhecer os detalhes de crescimento do imbuzeiro do primeiro ano até 20 anos. Para realização deste estudo, foram plantadas 200 plantas de imbuzeiro em uma área de caatinga, onde a cada ano são eliminadas 10 plantas para realização dos estudos. Neste ano foram avaliadas plantas com idade de 16 anos. Os resultados obtidos aos 16 anos foram os seguintes: altura média das plantas 2,79 m; o diâmetro basal do caule ao nível do solo foi de 12,78 cm. A circunferência do caule ao nível do solo foi de 41,13 cm. A altura média da copa foi de 2,28 m. O maior e o menor diâmetro da copa foram de 9,17 e 7,83 m, respectivamente. As raízes horizontais e verticais mediram, em média, 11,03 e 1,74 m, respectivamente.  O maior diâmetro das raízes foi de 9,31 cm. As plantas apresentavam, em média, 19 raízes principais. O peso médio das folhas verde foi de 31,17 kg. Os galhos pesaram, em média, 151,74 kg com volume de 129,9 cm-3. O peso verde das raízes foi de 27,88 kg com volume de 26,9 cm-3. Foram encontrados, em média, 1108 xilopódios por planta. O peso médio dos xilopódios por planta foi de 300,25 kg. O maior xilopódio com comprimento de 36,48 cm e diâmetro de 17,59 cm pesou 2,78 kg. Já o menor xilopódio apresentava um comprimento de 1,03 cm e diâmetro de 0,85 cm com peso de 0,57 g. Aos 16 anos de crescimento as plantas produziram em média, 1116 frutos com peso médio de 17,31 g e peso  total de 19,31 kg.

terça-feira, 22 de abril de 2014

As cobras do bem e do mal na caatinga nordestina

 As fotos

Nestas fotografias podemos observar algumas serpentes da caatinga. A cascavel considerada uma das mais perigosas e a salamanta que faz parte das serpentes não peçonhentas da caatinga. As fotografias foram obtidas na caatinga do município de Petrolina, PE.









Entre as serpentes da caatinga, nenhuma é mais temida do que a cascavel (Crotalus durrissus terrifucus). Essa serpente tem uma fama terrível entre os moradores da caatinga, sendo conhecida como a cobra da morte, pois nada escapa a sua picada. A cascavel mata animais e pessoas que não conseguem chegar até cidade para tomar o soro antiofídico. A cascavel tem uma característica marcante que é o barulho do seu chocalho na cauda. Se os animais e as pessoas conseguirem ouvir o barulho a tempo podem evitar sua picada. Normalmente ela aciona esse mecanismo quando sente a presença de algo que causa ameaça para ela. Há informações que quanto mais jovens, mais perigosa é a cobra cascavel.
Por outro lado, a salamanta (Epicrates cenchria assisi) também conhecida como cobra de veado ou jiboia é uma bela espécie que povoa a caatinga e não é tão temida pela população. A salamanta é uma das serpentes mais encontradas nas caatingas do Nordeste. Algumas podem alcançar até 5 metros de comprimento. Sua alimentação é composta de pequenos mamíferos, aves e repteis. Embora seu habitat preferido seja a  floresta úmida, a savana, os mangais, a salamanta é encontrada nas áreas  mais secas da caatinga. Este animal não causa risco para os agricultores, contudo pode atacar as criações de galinhas e os caprinos recém nascidos. Quando pega uma presa como um filhote de caprino ou ovino, a salamanta se enrola nela e aperta o animal, até que ele cessa todos os movimentos e engole o animal inteiro.



segunda-feira, 21 de abril de 2014

A beleza da fauna da caatinga

Embora a caatinga da região semiárida do Nordeste venha sofrendo danos pela degradação provocada pela ação humana e pelas secas agravadas com as mudanças climáticas, ainda é possível vislumbra a beleza de sua fauna. São inúmeros animais que proporcionam espetáculos de beleza como, o caititu, o veado catingueiro, a raposa, o guará, a seriema, o sagui, entre outros.  


O veado catingueiro

A visão de um veado catingueiro (Mazama gouazoupira) é deslumbrante. Raramente este animal é visto na caatinga. A caça indiscriminada desta espécie, esta colocando este animal na lista de espécies em extinção no semiárido. O veado alimenta-se principalmente de brotos, gramíneas e leguminosas da caatinga. O fruto do imbuzeiro é muito consumido por esses animais. Um detalhe muito interessante é que o macho sempre anda só. Normalmente, a fêmea anda com um filhote. Sua pelagem é marrom-acinzentada com o ventre mais claro. Uma característica dos veados é uma pinta branca acima dos olhos.


O sagui

Entre os animais da caatinga, um dos mais populares é o sagui (Callithrix penicillata). Este pequeno primata vive em toda região do semiárido, principalmente nas áreas de caatinga densa. São animais dóceis que se aproximam muito das áreas habitadas em busca de alimentos. Essa espécie é arborícola, insetívora e frugívora. Comem frutas, flores, folhas, insetos e pequenos animais, além das gomas que exsudam de algumas plantas da caatinga. No Sertão o sagui tem diversos nomes: sagui, saguim, sauim, soim, sonhim, etc. Muitos agricultores capturam os filhotes de sagui e criam como animais de estimação em suas casas. Uma das principais características do sagui é transportar os filhotes nas costas. Os saguis da caatinga tem uma grande importância na dispersão de sementes de muitas plantas da caatinga, visto que se alimentam de frutos sem danificar a semente.


A  raposa

A raposa (Dusicyon thous) é um pequeno mamífero da caatinga que se alimenta basicamente de pequenos animais, frutos e insetos. No Nordeste brasileiro, a seca que assola a região semiárida no período de agosto a janeiro, não afeta só a população rural, más também os animais silvestres. Entre estes animais, encontramos as raposas, que buscam alimentos fugindo da seca, principalmente nas rodovias onde são atropeladas a noite na busca de alimentos. No período de seca, facilmente vemos as raposas nas estradas e veredas. Outro momento para se ver as raposas é quando ocorre chuvas diurnas nos meses de outubro a novembro. Após as chuvas, as raposas saem de suas tocas em busca de alimentos. O melhor local para observação noturna das raposas é embaixo da copa dos imbuzeiros na época da safra.


O caititu

Os caititus ou catetos (Tayassu tajacu) são porcos-do-mato que vivem nas áreas de caatinga nativa do Nordeste em grupos de 6 a 12 indivíduos. Em uma área de caatinga do município de Petrolina já foi observado um grupo com 22 caititus. Algumas vezes foi observada uma fêmea com dois filhotes. Na caatinga os caititus andam em trilhas e alimentam-se nas bordaduras. O caititu alimenta-se de frutos e das raízes das plantas da caatinga, principalmente do caroá e da maniçoba e da faveleira. Em um estudo sobre a alimentação destes animais, foi observado que no período chuvoso, o caititu da preferência aos frutos da época e a medida que a seca vai começando, os animais passam a consumir as raízes da maniçoba, da favela e do caroá. Embora estes animais sejam caçados em toda região para consumo da carne e venda da pele, ainda é possível encontrar áreas de caatinga nativa com bandos de caititus.


A seriema

A seriema (Cariama cristata) ou siriema é da família Cariamidae da ordem Gruiformes. São aves de médio porte, de hábitos terrestres, que preferem correr a voar. Na caatinga seu vôo é raridade, esta ave só voa quando esta sob ameaça. As seriemas alimentam-se, preferencialmente de insetos e pequenas cobras e lagartos da caatinga. O grupo de seriemas é formado por casais e algumas vezes por um filhote. Seu ninho, geralmente é feito no alto das árvores. Na caatinga, sempre encontramos ninhos de seriemas nos pontos mais altos dos imbuzeiro. Geralmente a seriema põem até dois ovos, porém muitas vezes nasce apenas um filhote.


O guaxinim

Dos animais encontrados na caatinga, um dos mais difíceis de ser observado é o guaxinim (Procyon cancrivous). Também conhecido como guará, mao-pelada, etc., esse animal pertencente a família dos pequenos mamíferos da caatinga. É uma animal carnívoro que tem como fonte de alimentação, frutos da caatinga, rãs e pequenos peixes nas lagoas, riachos e açudes do Sertão. Outra fonte de alimento do guaxinim são os insetos da caatinga. 

quinta-feira, 13 de março de 2014

Os animais da caatinga e o imbuzeiro

As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns caititus com filhotes consumindo frutos do imbuzeiro na caatinga.  Também foram observados veados, raposas e tatus. As fotografias foram obtidas no período diurno e noturno em uma área de caatinga do município de Petrolina, PE.







Os fatos


Embora a seca tenha castigado o Sertão do Nordeste nos últimos dois anos, o imbuzeiro ainda sobrevive e produz bastante frutos que servem de alimentos para muitos animais nativos da caatinga. Entre esses animais destacam-se o caititu, o veado catingueiro, a raposa e o tatu peba. A safra do imbuzeiro é um momento singular para a fauna da caatinga com a grande oferta de frutos, mesmo em anos de seca. De modo geral, uma planta adulta de imbuzeiro pode produzir até 300 kg de frutos, equivalentes a 11.200 frutos com peso médio de 26,52 g, em uma safra considerada normal. Esses frutos são consumidos por muitos animais da caatinga, principalmente pelo caititu, pelo veado, raposa, tatu peba, entre outros. Neste período da safra do imbuzeiro é possível observar rebanhos de caititus com filhotes consumindo os frutos do imbuzeiro. Embora o período de consumo seja  preferencialmente à noite para fugir dos caçadores, ainda são vistos alguns animais no período diurno. 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O caititu consumindo frutos do imbuzeiro na caatinga

As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns caititus consumindo frutos do imbuzeiro na caatinga.  As fotografias foram obtidas no período diurno e noturno em uma área de caatinga do município de Petrolina, PE.






Os fatos


O caititu (Tayassu tajacu) que é encontrado na caatinga do Nordeste é uma das três espécies de pecaris existentes no Brasil. São semelhantes aos porcos domésticos, por isso são também chamados de porcos do mato. A principal diferença dos porcos verdadeiros são seus caninos pequenos. Quando estão ameaçados, batem os dentes como mecanismo de defesa fazendo um grande barulho. O caititu das caatingas do Nordeste se alimenta, principalmente de raízes, tubérculos e sementes. Nos períodos de seca severa nessa região a falta de frutas nativas, leva os animais a consumirem raízes de plantas, tais como, a raiz da maniçoba, da faveleira, e do caroá, etc. Em um trabalho de pesquisa para identificação das fontes de alimentos de um bando de caititus em uma área de caatinga nativa no município de Petrolina, PE, foi identificado que na época da safra do imbuzeiro, os frutos são a base da cadeia alimentar desses animais. Os resultados preliminares demonstraram que no período de janeiro a abril quando ocorrem chuvas na, a base da dieta dos caititus são os frutos do imbuzeiro caídos ao chão e as raízes da maniçoba. No período de maio a agosto, as raízes da faveleira e do caroá são as mais consumidas pelos caititus. De agosto a dezembro, a raiz do caroá é a principal fonte de alimentação dos caititus. Em cada período de avaliação são coletadas fezes dos animais para análise dos restos das partes das plantas consumidas. Embora este ano em função da seca, a safra do imbuzeiro está bastante irregular, ainda há frutos para os animais. O período de consumo é preferencialmente à noite para fugir dos caçadores. 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Água para os animais silvestres da caatinga

As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns animais da caatinga no período diurno e noturno bebendo água em um reservatório. As fotografias foram obtidas por uma máquina automática em uma área de caatinga do município de Petrolina, PE.








Os fatos

A seca que vem assolando a região semiárida do Nordeste nos últimos anos tem causado danos severos para os habitantes da região e, também para os animais da caatinga que encontram dificuldade para alimentar-se.  Muitos animais, principalmente os pequenos mamíferos e alguns pássaros que não encontram mais água para beber na caatinga, cada vez mais arriscam em áreas habitadas em busca de alimentos e água, quando são vítimas de caçadores e dos veículos nas rodovias. A falta de chuvas fez secar as lagoas e os bandos de patos selvagens, já não aparecem mais no interior da caatinga. Com temperaturas que ultrapassaram a marca dos 40°C, qualquer fonte de água é um alívio para mamíferos e pássaros. Para realização de um estudo sobre chuvas na caatinga, colocamos um tanque para captação da água que chegasse ao solo e para nossa surpresa, alguns animais e pássaros começaram a beber a água. Assim, deixamos esse tanque para que os animais tivessem uma alternativa, enquanto as chuvas não voltarem à região e com uma máquina fotográfica automática estamos obtendo algumas imagens interessantes sobre a vida desses animais. A noite um dos animais da caatinga  que sempre aparece é o guará, conhecido também por mão-lisa, guaxinim (Procyon cancrivorus). Outro é o gato do mato (Leopardus tigrinus) e as corujas buraqueiras. No período diurno, a predominância é dos pássaros.  

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O veado-catingueiro consumindo frutos do imbuzeiro

A foto

Nestas fotografias podemos observar um veado-catingueiro chegando a uma planta de imbuzeiro para consumir seus frutos. As fotografias foram obtidas na área de caatinga do município de Petrolina, PE., em fevereiro de 2014.



Os fatos


A visão de um veado catingueiro é deslumbrante. Raramente este animal é visto na caatinga. A caça indiscriminada desta espécie, esta colocando este animal na lista de espécies em extinção no semiárido nordestino. O veado-catingueiro é uma espécie de pequeno porte de ocorrência em todo o território nacional, contudo em algumas regiões do Brasil, principalmente no Nordeste, essa espécie vem a cada dia sendo pouco observada.  O veado-catingueiro, Mazama gouazoubira (G. Fischer , 1814), também pode ser encontrado do México até a Argentina.  Essa espécie ocorre em diferentes tipos de vegetação, como florestas, savanas, matas e áreas de cerrado e caatinga. Nas caatingas do Nordeste o veado-catingueiro prefere as áreas de formação de pastagens, onde se alimenta de brotos, gramíneas e leguminosas da caatinga, principalmente dos frutos, além do consumo das cactáceas no período de seca. Na época da safra do imbuzeiro, o fruto é muito consumido por esses animais. Nos últimos anos, em consequência da seca de 2012 e 2013, o veado-catingueiro alimentou-se, basicamente de mandacaru, xiquexique e outros pequenos cactos da caatinga como o rabo de raposa. Essa espécie é uma das responsáveis pela  dispersão das sementes do imbuzeiro na caatinga.



terça-feira, 28 de janeiro de 2014

As chuvas no Sertão de Pernambuco no final do ano de 2013

As fotos

Nestas fotografias podemos observar o acúmulo de água das chuvas nos barreiro e áreas cultivadas com milho e feijão pelos agricultores com as chuvas de dezembro de 2013.






Os fatos


Embora a seca tenha sido considerada severa no Sertão de Pernambuco em 2013, em muitos municípios as chuvas foram significativas. Segundo dado da APAC no município de Serra Talhada choveu de janeiro a dezembro um total de 598,3 mm. A média histórica é de 626,7 mm. No município de Araripina o total de chuvas de janeiro a dezembro foi de 577,2 mm. A média histórica desse município é de 677,6 mm. No município de Exu, choveu um total de 592,2 mm, para uma média histórica de 816,7 mm. No município de Afogados da Ingazeira choveu um total de 524,3 mm para uma média de 582,4 mm. Assim, pode-se observar que embora a seca tenha afetado severamente esses municípios, as chuvas foram significativas. No município de Petrolina, choveu um total de 352,2 mm de janeiro a dezembro de 2013. Considerando-se que a média histórica é de 436 mm, podemos dizer que as chuvas foram significativas, contudo, a distribuição destas chuvas é que trouxe problemas para a população.  No mês de janeiro choveu 92,5 mm, em quatro eventos de chuva e 27 dias deste mês não foi registrada nenhuma chuva na região. Embora esse volume tenha sido significativo, pouco ou quase nada mudou no cenário da seca, visto que, nos meses seguintes pouca chuva foi registrada. No mês de fevereiro não foi registrada nenhuma precipitação. Esse fato chama a atenção, pois, o mês de fevereiro é um dos mais chuvosos na região. Assim, foram 28 dias de fevereiro sem chuvas. No mês de março ocorreu uma precipitação de 23,9 mm em um único dia e os 30 dias restante do mês não choveu. No mês de abril foram 3 dias de chuvas com 27 dias sem qualquer precipitação. Neste mês choveu somente 5,8 mm, em 3 eventos de chuvas. No mês de maio, novamente foram registrados 3 eventos de chuvas com um total de 13,4 mm e 28 dias sem chuvas. Nos meses de junho e julho choveu 9,6 e 12,9 mm, respectivamente, em 4 eventos de chuvas. Todavia, nesses meses foram 57 dias sem chuvas.  Essas ocorrências foram inusitadas, visto que nesses meses não se espera chuvas no Sertão. No mês de agosto choveu apenas 2,5 mm. Neste mês foram 30 dias sem qualquer precipitação. No mês de setembro, ocorreu uma precipitação de 1 mm e 29 dias sem chuvas. Com a chegada de outubro, o sertanejo esperava a ocorrência das trovoadas, marca característica deste período, porém, para o desanimo de todos os nordestinos, a chuva que ocorreu em outubro foi um chuvisco de 1,6 mm, nada de trovoadas. Foram 29 dias sem qualquer chuva em outubro. No mês de novembro foram 3 eventos de chuvas com um total de 22,5 mm, sendo 27 dias sem chuvas. No mês de dezembro choveu um total de 166,4 mm, em 10 eventos de chuvas, sendo, 8,6 mm no dia 6; 8,9 mm no dia 13; 5,5 mm no dia 15; 0,4 mm no dia 16; 0,7 mm no dia 17; 18,6 mm no dia 18; 11 mm no dia 19; 21,4 mm no dia 20; 91 mm no dia 21; e 0,4 mm no dia 22 de dezembro. Esse total é maior que os demais meses do ano. Neste mês foram 21 dias sem chuvas, totalizando 333 dias sem chuvas em 2013.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Aves da caatinga bebendo água na seca

As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns pássaros e répteis da caatinga bebendo água em um reservatório. As fotografias foram obtidas por uma máquina automática em uma área de caatinga do município de Petrolina, PE, no dia 4 de dezembro de 2013, quando as temperaturas ultrapassaram a marca dos 40 °C.








Os fatos


Até o dia 4 de dezembro de 2013 os dias de chuvas na região do Sertão do São Francisco, não passavam de 19, todavia, os dias sem chuvas já totalizavam mais de 300. Essa falta de chuvas tem provocado danos severos para fauna e flora da região, principalmente para os pequenos animais e pássaros que não encontram mais água para beber na caatinga. Na última semana de novembro e no início de dezembro, as temperaturas ultrapassaram a marca dos 40°C, dificultando mais ainda a sobrevivência os animais. Para realização de um estudo sobre chuvas na caatinga, colocamos um tanque para captação da água que chegasse ao solo e para nossa surpresa, alguns animais e pássaros começaram a beber a água. Assim, deixamos esse tanque para que os animais tivessem uma alternativa, enquanto as chuvas não voltarem à região e com uma máquina fotográfica automática estamos obtendo algumas imagens interessantes.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A volta das chuvas em algumas áreas do Sertão de Pernambuco

As fotos

Nestas fotografias podemos observar um barreiro com bastante água acumulada das chuvas dos dias 25 e 28 de novembro de 2013 e áreas alagadas, como também, as pequenas plantas de milho e feijão proveniente do plantio na comunidade do Assentamento do Pontal.





Os fatos



Embora a seca continue no Sertão de Pernambuco, a ocorrência de algumas chuvas no final do mês de novembro, trouxe alento para muitos agricultores que já estavam as mais de 300 dias sem chuvas. No município de Lagoa Grande (PE) foram registrados 153 mm em duas chuvas nos dias 25 e 28 de novembro. Essas chuvas contribuiu para um grande acúmulo de  água nos pequenos açudes e barreiros da região, como também o surgimento da brotação em toda a caatinga, contribuindo assim, para melhoria na alimentação dos animais. Em algumas comunidades do município os agricultores realizam o plantio de milho e feijão. A germinação foi muito boa, todavia, as altas temperaturas dos dias que se seguiram têm causado a morte de parte das plantas germinadas. Se não chover nos próximos 5 dias o milho não resistira, porém o feijão ainda suporta alguns dias. Tecnicamente, o plantio de milho e feijão nas primeiras chuvas não é recomendado, todavia, para os pequenos agricultores do Sertão, choveu o plantio é realizado, mesmo que corra o risco de perda total.  

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A caieira de carvão vegetal na caatinga do Sertão de Pernambuco

As fotos

Nestas fotografias podemos observar agricultoras confeccionando uma caieira para produção de carvão vegetal na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.









Os fatos


No interior do Sertão nordestino a maneira mais tradicional de se obter calor para a produção de alimentos pelos pequenos agricultores que residem na zona rural é a utilização da lenha ou do carvão vegetal obtido de plantas da caatinga. Para muitos moradores da caatinga, o carvão vegetal é uma opção para utilização na cozinha e uma fonte de renda. Todavia, não é esta lenha retirada em pequena escala que está causando a devastação da caatinga como tem sido demonstrado em estudos recentes que a área original da caatinga já sofreu um desmatamento na ordem de 45,39% nos últimos anos. Os pequenos agricultores há anos fazem a extração de lenha para produção de carvão, construção de cercas e, principalmente para cultivo de lavouras tradicionais como o milho e o feijão. Há outro lado da história que precisa ser discutido, isto é, esse aumento na taxa de desmatamento da caatinga tem como causa primordial, a demanda de lenha e carvão vegetal de grandes complexos industriais das capitais nordestinas.  Por exemplo, em algumas áreas do Sertão de Pernambuco, principalmente na divisa dos municípios de Serra Talhada e Custódia, esta atividade está contribuindo para a devastação da caatinga, visto que, o carvão é produzido em grande escala e vendido para indústrias na capital Recife. Dessa região sai semanalmente 8 a 10 caminhões com 12 toneladas cada caminhão de carvão. Na Chapada do Araripe que tem o maior pólo gesseiro da América Latina e os diversos pólos cerâmicos como Açu e Seridó (RN), Russas (CE), Cariri Paraibano (PB), o carvão atende o interesse do grande capital empresarial. Essa exploração verdadeiramente pode esta levando à caatinga a extinção, pois para atender essas demandas, grandes áreas de caatinga têm que ser devastada. Más, aqueles agricultores que produzem carvão para seu consumo e um pouco para venda em mercados locais, nunca serão responsáveis pela devastação do bioma caatinga.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A safra de imbu na região Sudoeste da Bahia

As fotos

Nestas fotografias podemos observar sacos de imbu, provenientes da comunidade de Itaquaraí no município de Brumado no Sudoeste da Bahia. As fotografias foram obtidas no município de Brumado, BA.






Os fatos


Embora a seca tenha castigado severamente a região semiárida do Estado da Bahia neste ano, a safra do imbuzeiro já teve início na região Sudoeste, principalmente no município de Brumado. Em diversas comunidades de Brumado, os pequenos agricultores já estão colhendo os frutos do imbuzeiro, mesmo com as poucas chuvas que ocorreram. Essa atividade tem sido uma das alternativas para obtenção de renda pelos pequenos agricultores da região, visto que, mesmo na seca, o imbuzeiro consegue produzir e gerar renda para os agricultores. A produção de frutos do imbuzeiro no município de Brumado é de aproximadamente, 642 toneladas de frutos. Parte dessa produção é comercializada in natura para outras regiões, principalmente para Salvador. Neste começo de safra, o saco de imbu com 60 kg está sendo vendido nas comunidades por R$ 60,00 e em Salvador, o valor pode alcançar até R$ 120,00 por saco. Na região, a agregação de valor ao fruto do imbuzeiro já vem sendo realizada, com destaque para os trabalhos desenvolvidos pela Cooproaf (Cooperativa de Produção e Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar do Sudoeste da Bahia), com 67 associados. Nesta cooperativa os agricultores processam diversos produtos derivados do imbu, principalmente, a geleia, o doce em massa, a compota, etc. A ocorrência antecipada da safra nessa região gera ganhos significativos para os agricultores com preços diferenciados, pois, nas demais regiões produtoras de imbu, a safra só terá início lá para o mês de janeiro.

domingo, 10 de novembro de 2013

A resposta da caatinga as primeiras chuvas de verão no Sertão

As fotos

Nestas fotografias podemos observar a floração do sete-cascas na caatinga após as primeiras chuvas do verão de 2013. As fotografias foram obtidas  na caatinga do município de Petrolina, PE.








Os fatos


Embora na região do Sertão do São Francisco, já são mais de 288 dias sem chuvas, a vegetação da caatinga ainda reage com as poucas chuvas que caem. A caatinga possui uma das mais belas composições de plantas do planeta. São inúmeras espécies de plantas que só ocorrem nesta região. Podendo ser considerada uma das regiões do mundo de maior riqueza biológica, face às adversidades da região.  Quando termina o período de chuvas na caatinga e a vegetação começa a perde suas folhas pela falta de água no solo, o cenário da seca é eminente. Todavia, basta ocorrer uma chuvinha qualquer que a paisagem muda de aspecto. Logo após as primeiras chuvas no sertão nordestino, pode-se observar os locais onde a chuva caiu pelo surgimento da floração do sete-cascas (Tabebuia spongiosa). A espécie sete-cascas, pertencente à família Leguminosae Mimosoideae, podendo atingir de 6 a 10 m de altura na caatinga. É uma espécie secundária com crescimento rápido. A madeira é macia e pouco durável. Sua principal utilização é o paisagístico e arborização urbana. Esta planta é de uma beleza ímpar. Suas flores amarelas mudam o cenário de seca para uma paisagem de alegria e beleza. As flores são visitadas por abelhas e pássaros que contribuem para sua polinização. Quando o botão floral cai, e consumido por inúmeros animais da caatinga, principalmente pelo veado e o caititu. O sete-cascas ou “Ipê cascudo” é considerado por muitos estudiosos como a mais bela planta da caatinga. Embora existam outras variedades de ipês de flores amarelas, o sete-cascas só é encontrada nas caatingas sertanejas. Normalmente essa espécie floresce nos meses de outubro a dezembro, quando da ocorrência das trovoadas (as primeiras chuvas no Sertão), como este ano as trovoadas não ocorreram, pouco se viu a floração do sete-cascas. As flores que são vistas nestas fotografias surgiram depois da ocorrência de uma pequena chuva no dia 3 de novembro em algumas áreas do Sertão. Um fato muito importante nos chama à atenção nestas imagens é que nesta mesma data em 2012, as plantas do sete-cascas também estavam floridas. Isso nos leva a pensar que, embora a seca tenha sido uma grande ameaça para região semiárida do Nordeste, as plantas da caatinga continua respondendo de forma sincronizada a ocorrência dos eventos climáticos na região..