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domingo, 16 de setembro de 2012

As cisternas de plástico no Sertão de Pernambuco


As fotos

Nestas fotografias podemos ver algumas residências que receberam as cisternas de plástico e o transporte das mesmas. As fotografias foram obtidas na Comunidade de Fazenda Alto do Angico no município de Petrolina, PE.





O fato

As controversas sobre a eficiência e resistência das cisternas de plástico na região semiárida do Nordeste não se sobrepõe a capacidade e o alcance que o Programa Água Para Todos do Brasil Sem miséria vem desenvolvendo. Embora as cisternas de plástico tenham apresentado problemas de fabricação em algumas comunidades, esse percentual é desprezível se comparado com os problemas apresentados pelas mais de 506.140 cisternas de placas que já foram construídas até o momento pelo programa P1MC (Um milhão de cisternas). Segundo o Relatório do Tribunal de Contas da União, os problemas apresentados pelas cisternas de placas, tais como, vazamentos, contaminação da água e mau funcionamento das bombas, tem comprometido o êxito deste programa. Contudo, o grande avanço alcançado pelo Programa Água Para Todos é o acesso à água para o consumo pelas famílias que até então não tinham sido atendidas pelo P1MC nesses últimos 10 anos. Com a agilidade que o programa vem atuando, as 750 mil famílias rurais sem acesso a água de consumo serão atendidas até 2013. Uma das características marcante é que as famílias não ficam mais a mercê das políticas locais manipuladas pelas lideranças que escolhia quem e quando receberia uma cisterna. Hoje já é possível ver cisternas em residências recém-construídas. 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

As alternativas para obtenção de água para os animais na caatinga


As fotos

Nesta fotografia podemos observar algumas alternativas utilizadas pelos agricultores para retirada de água de poços profundos na caatinga. As fotografias foram obtidas no Sertão da Bahia e Pernambuco.






Os fatos

A região semiárida do Nordeste brasileiro tem como característica principal a presença de um embasamento cristalino. Esse tipo de embasamento cobre mais de 70 % da região. A característica desse embasamento são solos rasos com baixa capacidade de infiltração da água das chuvas. Com as irregularidades climáticas que ocorrem na região, a pouca quantidade de água que infiltra no solo torna-se salgadas e muitas vezes impróprias para o consumo. Embora possamos encontrar alguns bolsões de água de boa qualidade em solos de aluvião. As águas aprisionadas nos cristalinos normalmente servem para o consumo animal e quando tratadas em dessalinizadores podem ser consumida. Todavia, alcançar essa água só por meio de poços profundos de onde a água é retirada normalmente por cata-ventos ou bombas.  Essas alternativas não são baratas e poucos agricultores do Sertão dispõem de bombas para retirada de água de poços na caatinga. Na atual seca que assola toda a região semiárida do Nordeste, aqueles agricultores que tem acesso a um poço, tem a garantia de água para seus animais, enquanto que, outros têm que vender parte do rebanho para comprar água para os animais. O preço médio de um poço na caatinga é de aproximadamente R$ 6.500,00. Esse valor torna essa alternativa um sonho distante daqueles agricultores que tem na agricultura de subsistência sua principal fonte de renda. Precisamos urgentemente do “Programa 1 milhão de poços”.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O cultivo do mandacaru sem espinhos na caatinga da Bahia


As fotos

Nestas fotografias podemos observar um agricultor que cultiva o mandacaru sem espinhos e suas áreas de plantio. As fotografias foram obtidas na Comunidade de Sítio Tomás no município de Canudos, Bahia.







Os fatos

Com a seca que assola o Sertão do Nordeste, muitos agricultores buscam no mandacaru a sobrevivência dos animais. Embora o mandacaru seja uma das cactáceas mais resistente a seca, sua utilizadas em grandes quantidades pelos agricultores pode levar esta espécie a extinção. Tradicionalmente os agricultores cortam o mandacaru e queimam seus espinhos antes de oferta-lo para os animais. Contudo, muitos agricultores estão realizando o corte em grande escala e utilizando máquinas forrageiras para trituração. Essa alternativa favorece o consumo pelos animais. Em algumas comunidades até já foi desenvolvido máquinas para retirada dos espinhos. Todavia, pouco ou quase nada de plantio do mandacaru é observado na região. Em algumas comunidades do Sertão da Bahia está sendo cultivada uma nova variedade de mandacaru cuja característica é a ausência de espinhos. Essa variedade possibilita uma melhor utilização desta espécie pelos agricultores. Na comunidade de Sítio Tomás no município de Canudos, Bahia, o agricultor senhor Afonso está produzindo o mandacaru sem espinhos. Essa atividade tem sido uma alternativa para obtenção de renda com a venda de mudas e para alimentação dos animais da família.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Seca, fome e morte dos animais na caatinga

As fotos

Nestas fotografias, podemos observar caprinos consumindo mandacaru, um agricultor cortando e transportando mandacaru e alguns animais mortos.  As fotografias foram obtidas nos  municípios de Jaguarari, BA e Petrolina, PE

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Os fatos

Anos de irregularidades climáticas na região de caatinga da Bahia não é uma anormalidade. De modo geral, temos anos de chuvas normais e anos de chuvas muito abaixo da média. Essas ocorrências têm castigado severamente os pequenos agricultores, principalmente aqueles que têm na agricultura de subsistência sua base de renda. A vida dos pequenos agricultores no período de seca é marcada pela busca de água para consumo da família e de seus animais e, principalmente de alimentos para os animais. Na falta de chuvas para formação de pastagens as alternativas disponíveis são as plantas da caatinga, principalmente o mandacaru, o xiquexique, a macambira, entre outras. Muitos agricultores só conseguem salvar partes dos rebanhos com a utilização das cactáceas da caatinga, principalmente pelo uso do mandacaru. Nos anos de seca severa como 2012 que choveu somente 45,6 mm de janeiro a agosto, a utilização das cactáceas torna-se a única alternativa para os animais. Essa prática por um período longo como está ocorrendo até o momento, tem levado a uma diminuição acentuada de algumas cactáceas, principalmente do mandacaru. Hoje muitos agricultores já buscam essa planta em áreas localizadas a mais de 50 km de suas comunidades. Todavia, como a oferta dessas plantas é pequena, muitos animais já morreram. Nestes momentos de dificuldades, pode-se perceber a falta de orientação e apoio para os agricultores da verdadeira capacidade de suporte de suas áreas de caatinga e de um planejamento do rebanho, tais como, vender parte dos animais ainda no período de chuvas e controlar melhor o uso da caatinga com a formação de piquetes onde os animais podem aproveitar racionalmente as plantas da caatinga, e principalmente, a adoção de algumas técnicas como o raleamento da caatinga e a formação de bancos de proteína com gliricídia, leucena, gandu, etc., e o plantio de mandacaru para o enfrentamento de futuras secas.


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A floração da jurema preta na caatinga


As fotos

Nestas fotografias podemos observar plantas de jurema com flores e abelhas nativas nas flores da jurema preta.  As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





Os fatos

A jurema preta (Mimosa hostilis, Mart.) é uma planta de grande ocorrência na caatinga nordestina. É uma planta pioneira, isto é, tem crescimento rápido, se desenvolvem bem a céu aberto com ciclo de vida variando de 6 a 17 anos. Na caatinga densa, a jurema não cresce muito e apresenta baixa densidade. Nas áreas de caatinga desmatadas para o cultivo de lavouras ou pastagens e abandonadas pelos agricultores, a jurema é a primeira que se destaca. Essa planta tem a capacidade de desenvolver-se em áreas onde os solos foram degradados e erodidos. A jurema-preta tem capacidade de crescer e contribuir para regeneração de áreas severamente degradadas da caatinga criando condições para o desenvolvimento de outras plantas. A queda das folhas cobre o solo com uma camada que se decompõe formando húmus.  Assim, o solo apresenta condições para o surgimento de outras plantas. Esta espécie também é muito importante para a alimentação das abelhas durante muitos meses de seca na caatinga com sua intensa floração logo após as primeiras chuvas. Logo após as primeiras chuvas no sertão nordestino, a paisagem de cor cinza escura que caracteriza a caatinga seca, dar lugar ao espetáculo de cores e formas com o surgimento da floração da jurema. Essas flores são fontes de alimentos para muitos tipos de abelhas nativas e pássaros da caatinga. A floração observada nas fotos resultou de uma chuva de 2,5 mm que ocorreu no dia 24 de agosto de 2012 na caatinga de Petrolina, PE. 

domingo, 2 de setembro de 2012

A floração do embiruçu na caatinga


As fotos

Nestas fotografias podemos ver uma bela planta de embiruçu com ninhos de pássaros e uma com o tronco cortado. As fotografias foram obtidas na área de caatinga de Petrolina, PE.





Os fatos

Entre as plantas decíduas da caatinga uma que se destaca é o embiruçu (Pseudodombax simplicifolium). O embiruçu é uma árvore com porte significativo com altura entre 6 a 12 metros. Uma das principais características desta espécie é a rugosidade de sua casca.  O embiruçu pode ser encontrado do Piauí ao Norte de Minas Gerais. Em todas essas regiões os agricultores retiram a casca da planta para fins medicinais. Essa prática tem levado a extinção de árvores centenárias em toda a região de ocorrência. A floração do embiruçu  ocorre entre os meses de agosto a setembro com a frutificação de outubro a dezembro. As flores do embiruçu são predominantemente brancas.  Quando da floração a planta não dispõe de folhas. A polinização das flores é realizada, especialmente pelos morcegos. Quando da queda da inflorescência do embiruçu, as animais da caatinga, principalmente o veado catingueiro vão até as plantas e são presas fáceis para os caçadores. Segundo Sobrinho (http://uefs.academia.edu, 2006), há relatos de que a paina rufescentes das sementes do embiruçu apresenta propriedades anti-hídrica (refração à umidade, resistência à imersão) e anti-condutora de calor, que as torna economicamente interessantes para a indústria já que são apropriadas para o enchimento de almofadas, colchões, travesseiros, agasalhos, estofados e, sobretudo, confecção de coletes salva-vidas, devido à sua resistência à ação da água do mar. Além disso, apresenta a propriedade de abafar sons, podendo ser utilizada, sob a forma de feltro leve, para revestir paredes onde se pretenda evitar a transmissão de sons para outros ambientes.

domingo, 26 de agosto de 2012

Água de chuva armazenada em cisterna para produção de frutas


As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma cisterna e a área de captação e as fruteiras cultivadas com a água da chuva armazenada na cisterna. As fotografias foram obtidas no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.








Os fatos

Com a implantação do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1 + 2) mais de 12 mil famílias, ou 60 mil pessoas, estão tendo acesso à água para produção de alimentos no Semiárido nordestino. A inclusão de frutas na alimentação incrementa a qualidade nutricional das dietas familiares visto que elas oferecem quantidades significativas de micronutrientes. A proposta da cisterna, além de garantir variedade na produção de frutas para suprir as deficiências nutricionais das famílias, contribui para melhoria na qualidade de vida, na prevenção de doenças e até mesmo na mudança dos hábitos alimentares dos agricultores da região semiárida do Nordeste. Em um trabalho de pesquisa realizado na Estação Experimental de Manejo da Caatinga, Embrapa Semiárido em Petrolina-PE no período de agosto de 2006 a dezembro de 2011, foi avaliado a aplicação de água de uma cisterna de 16 m3 na produção de 36 fruteiras.  No ano de 2007 foram aplicados 14.688 litros nas irrigações, sendo 2.304 litros nos meses de janeiro a abril. No mês de fevereiro em função das precipitações só foi realizada uma irrigação. Nos meses de maio a agosto foram aplicados 4.644 litros. De setembro a dezembro foram aplicados 7.740 litros. Como neste ano choveu um total de 378,0 mm na área do experimento foi possível captar 26.739 litros. Todavia, em função da capacidade da cisterna, só foram armazenados 16.000 litros. Assim, houve uma sobra de 1.312 litros de água na cisterna. No ano de 2008 foram aplicados 13.500 litros nas irrigações. No quadrimestre de janeiro a abril foram aplicados somente 720 litros. Isso se deu em função das chuvas que ocorreram nestes meses que foram de 419,3 mm. No segundo e terceiro quadrimestres foram aplicados 4.860 e 7.920 litros, respectivamente. Neste ano com as chuvas de 517,4 mm foram captados 36.600 litros de água no telhado. No ano de 2009 foram aplicados 12.060 litros nas irrigações. No quadrimestre de janeiro a abril foram aplicados 1.080 litros, sendo que nos meses de fevereiro e abril não houve irrigação. No segundo quadrimestre foram aplicados 3.780. No mês de maio não houve irrigação em função do volume de chuvas caídas na área do experimento. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.200 litros. Neste ano choveu um total 754,5 mm que contribuíram para captação de 53.373 litros de água no telhado. No ano de 2010 foram aplicados 13.932 litros nas irrigações das fruteiras. De janeiro a abril foram aplicados 2.160 litros. No segundo quadrimestre foram aplicados 4.752. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.020 litros. Neste ano choveu um total 413,1 mm na área do experimento que contribuíram para captação de 29.222 litros de água no telhado. No ano de 2011 foram aplicados 13.356 litros nas irrigações. De janeiro a abril foram aplicados 1.800 litros. Nos meses de maio a agosto foram aplicados 4.968. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.560 litros. Neste ano choveu um total 590 mm na área do experimento que contribuíram para captação de 41.736 litros de água no telhado. Em termos de crescimento das fruteiras no período de avaliação as plantas apresentaram bom desenvolvimento, considerando os valores de 2006 que correspondem às dimensões das plantas no dia do plantio. A maior altura foi obtida pelas mudas de caju com média de 2,51 m. O diâmetro médio das plantas de caju ao nível do solo foi de 6,89 cm com circunferência média de 20,11 cm. As plantas de caju apresentaram uma altura da copa com média de 1,70 m e maior diâmetro da copa com média de 2,50 m. Essa mesma tendência ocorreu para as demais fruteiras no primeiro ano de crescimento. Os primeiros frutos colhidos foram de acerola no mês de março de 2007. Essa espécie também foi a mais produtiva durante os anos avaliados com um total de 154.725 frutos que pesaram 1.029,35 kg. A manga produziu um total de 533 frutos no período com 165,19 kg. O limão produziu 3.929 frutos com peso total de 271,38 kg. As plantas de mamão produziram 735 frutos com peso de 306,42 kg. O caju produziu 370 frutos com peso total de 158,7 kg e a pinha produziu 778 frutos com peso total de 123,75 kg. Com esses resultados podemos concluir que: A água da chuva armazenada em cisternas pode contribuir significativamente para melhoria das condições de vida dos pequenos agricultores da região semiárida do Nordeste com a produção de frutas; As plantas apresentam um crescimento linear para todos os parâmetros avaliados; Em anos de muita chuva há uma redução significativa na aplicação de água; Em função do tamanho do telhado, a cisterna de 16 mil litros não é suficiente para armazenar a água das chuvas na região semiárida. 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Os barreiros do Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos ver um trator de esteira escavando um barreiro, um barreiro novo e outro com água. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





O fato

A seca ainda é um dilema para as populações que vivem no interior da região semiárida do Nordeste. Como a maior parte dos agricultores tem sua base econômica na criação de pequenos animais, a falta de chuvas torna a situação mais grave. Como suprir a necessidade de água dos rebanhos em anos que as chuvas não foram suficientes para o acúmulo de água nos açudes e barreiros. Muitos agricultores vendem parte do rebanho para comprar água. O preço de um carro-pipa varia de comunidade a comunidade, todavia alguns chegam a custar até R$ 350,0. Para adquirir essa água os agricultores que não dispõe de poços ou outra fonte, tem que vender três a quatro caprinos ou ovinos.  Se a seca prolonga-se muitos rebanhos serão bastante reduzidos, sem contar com a mortandade pela falta de alimentos. O Programa Água para Todos, que integra o Plano Brasil Sem Miséria, concebido pelo Governo Federal tem como meta a construção de 3 mil pequenos barreiros e barragens de água pluvial para amenizar a situação dos sertanejos. Contudo, só veremos o efeito dessas ações no próximo ano após as chuvas quando os barreiros e a barragens acumularem água. Embora essa meta seja significativa, 3 mil barreiros e pequenas barragens é muito pouco para as necessidades dos sertanejos. Para aqueles que não forem alcançados pelo programa, resta à contratação de um trator de esteira por R$ 135,00 a hora trabalhada. Para que o agricultor tenha um barreiro com condições mínimas de armazenamento são necessárias 50 horas/máquina que implicam em um valor de R$ 6.750,00. Esse valor é muito alto considerando-se a renda dos pequenos agricultores do Sertão nordestino.

domingo, 12 de agosto de 2012

A importância do mandacaru na seca

As fotos

Nestas fotografias podemos ver agricultores cortando e queimando o mandacaru para os animais. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.







Os fatos

Em anos de seca no Sertão do Nordeste as plantas nativas da caatinga como o mandacaru, a macambira, entre outras, são à base de sustentação dos pequenos rebanhos. A composição química bromatológica do mandacaru apresenta uma percentagem de matéria seca de 11,08 a 12,57%. Os valores de proteína bruta são de 5,63 a 10,87%. Para fibra bruta os percentuais são de 3,57 a 4,75%. Além de que a planta in natura possui aproximadamente 83% de umidade. Todavia, em função da baixa densidade populacional do mandacaru na caatinga e do grande número de agricultores que utilizam essa cactácea, esta planta pode sofre reduções significativas em anos de seca, comprometendo sua sobrevivência. O mandacaru é uma alternativa utilizada para suplementação de pequenos rebanhos de caprinos e ovinos na caatinga seca, visto que, esses animais apresentam  pouca exigência alimentar e consome um volume bem menor do que um bovinos. São as mais variadas formas de aproveitar o mandacaru. Alguns agricultores queimam os espinhos e outros retiram os espinhos antes de ofertar aos animais. Por outro lado,  poucos agricultores realizam o plantio do mandacaru. Como alguns agricultores utilizam máquinas forrageiras para trituração do mandacaru, cada dia mais, esta cactácea esta diminuindo sua ocorrência na região.

sábado, 11 de agosto de 2012

A pesca tradicional em açudes do Sertão

 As fotos

Nestas fotografias podemos observar um agricultor pescando em um açude no Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






O fato

Na região semiárida do Nordeste a pesca tradicional nos açudes é uma alternativa para alimentação dos agricultores e fonte de renda suplementar com a venda de parte dos peixes. Todavia a maioria dos agricultores pesca para o consumo próprio. Contudo, em anos de secas severas a maior parte dos pequenos açudes seca totalmente. Neste período a pesca é uma forma de aproveitar os peixes que poderão morrer sem água. Até certo tempo o peixe mais encontrado nesses açudes era a traíra, porém com a introdução da tilápia, essa espécie tem predominado e aparece com mais frequência nas pescarias. Na fotografia podemos ver que o pescador utiliza uma tarrafa. As pescarias nos açudes ocorrem também no período de chuvas quando estes transbordam e ocorre a piracema. Na piracema os peixes sobem dos rios para os açudes para desova. Normalmente a pescaria é realizada no sangradouro dos açudes. 

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Uma nova paisagem no Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos ver diversas cisternas de plástico no Distrito de Cristália, um agricultor retirando água da cisterna de plástico e uma residência ainda sem cisterna. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





O fato

Embora algumas cisternas de plástico tenham apresentado problemas de fabricação em algumas comunidades do Sertão, aquelas que estão em funcionamento têm trazido muita alegria para os agricultores que até o momento só sonhavam em receber uma cisterna. Muitas famílias do Sertão nordestino ainda não tinham sido agraciadas pelas cisternas de placas do programa P1MC (Um milhão de cisternas). Embora o programa já tenha alcançado números superiores a 500 mil cisternas, ainda há muitas comunidades que não tiveram acesso a essa alternativa para armazenar água de chuva. Todavia já é possível visualizar as cisternas de plástico em muitas comunidades do Sertão. Esse tipo de cisterna faz parte do Programa Água para Todos, do governo Federal,  coordenado pelo Ministério da Integração Nacional, como parte do Plano Brasil Sem Miséria e conta com apoio dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), do Banco do Nordeste (BNB) e da Fundação Banco do Brasil. Com a iniciativa de implantar 750 mil cisternas para atender as famílias até então não atendidas pelo P1MC, brevemente não haverá mais famílias sem cisternas no Sertão.  

A falta de água na caatinga para os animais


As fotos

Nestas fotografias podemos observar animais consumindo água de poço, um agricultor transportando água para os animais e outro com seu rebanho preocupado com a falta de água para consumo dos animais. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.








Os fatos

Com chuvas irregulares na região do Sertão do São Francisco, muitos agricultores que tem sua base econômica na criação de caprinos e ovinos estão enfrentando sérias dificuldades para alimentarem e suprir a sede dos animais. Aqueles que dispõe de água de poço em suas comunidades ainda estão conseguindo alimentar os animais com o pouco pasto que resta nas roças e com suplementação de tortas e farelos. Por outro lado, aqueles que não dispõe de água em seus barreiros, barragens, etc., estão vendendo parte do rebanho para comprar água e comida para os animais. Essa situação se deve ao fato de que os 134 mm que caíram na região não ter sido suficiente para o acúmulo de água e formação de pastagens. Talvez já esteja na hora do governo iniciar um programa para obtenção de água visando atender a demanda hídrica dos animais na caatinga. Embora já exista uma tecnologia bastante conhecida que é o poço artesiano com catavento, essa alternativa representa um custo muito alto para o nível de renda dos pequenos agricultores da caatinga. Ora, se o governo pode implementar grandes projetos de irrigação para grandes empresas, porque não para os pequenos agricultores.

sábado, 4 de agosto de 2012

Irregularidade das chuvas no Sertão de Pernambuco

A foto

Nestas fotografias podemos observar eventos de chuva na caatinga. As fotografias foram obtidas em momentos diferentes no município de Petrolina, PE.








O fato

No ano de 2012 as chuvas que ocorreram no Sertão de Pernambuco têm sido muito abaixo da média. Esses fatos tem levado a região a enfrentar uma das mais graves secas vividas até o momento. Todavia, há municípios na região do Sertão do São Francisco onde os índices pluviométricos ocorridos até o final de julho foram significativos, como o município de Tacaratu cujo índice acumulado até 30 de julho de 2012 foi de 252,5 mm. O município de Afrânio localizado no extremo Oeste do Sertão do São Francisco foi registrado 129 mm de janeiro de 2012 até 30 de julho. No município de Petrolina, localizado no extremo Sul da região choveu somente 123,4 mm. No município de Cabrobó, localizado no Centro-Sul da região choveu até o momento 146,9 mm.  Contudo, no município de Floresta, foram registradas chuvas em todos os meses de janeiro a julho, sendo: janeiro – 24,1 mm, fevereiro – 40,5 mm, março – 35,6 mm, abril – 0,8 mm, maio – 3,5 mm, junho – 4,6 mm e julho – 6,0 mm. Esse quadro de irregularidades é um dos mais severos e tem causado danos para todo o bioma.