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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

É tempo de sementes de imbu nos apriscos do Sertão

As fotos

Nestas fotografias, podemos observar um rebanho de caprinos no aprisco. As fotografia foram obtidas no município de Petrolina, PE.






Os fatos


Na época da safra do imbuzeiro, uma das coisas mais fácil de encontrar é semente de imbu nos apriscos. O chão dos apriscos e chiqueiros da caatinga tem mais sementes de imbu do que fezes dos animais. Isso ocorre porque os caprinos são os maiores consumidores de frutos do imbuzeiro na região semiárida do Nordeste. Não são apenas os nordestinos do Sertão que gostam de imbu, os caprinos são apaixonados por essa fruta. Muitos animais silvestres também consomem muito imbu, a exemplo da raposa, veado, caititu, entre outros. Contudo, tem-se observado à ausência de plantas jovens em seu ambiente natural, cuja causa tem sido atribuída em sua maioria à dificuldade que as sementes do imbuzeiro apresentam para germinar, ao desmatamento desordenado e aos danos causados as plântulas que emergem pelos insetos, animais silvestres e, principalmente, pelos caprinos. Os principais mecanismos de dispersão das sementes do imbuzeiro na caatinga nativa são os animais silvestres como o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), a cotia (Dasyprocta cf. prymnolopha), o caititu (Tayassu tajacu), a raposa (Dusicyon thous), o teiú (Tupinambis merianae), o tatu-peba (Euphractus sexcinctus) e na caatinga degradada o caprino (Capra hircus). No entanto, os caprinos são os dispersores negativos, visto que, esses animais retiram as sementes da caatinga, que posteriormente são transportadas para áreas onde não terão como se desenvolver. Na fotografia podemos ver uma grande quantidade de pontos brancos no solo do aprisco, que são sementes de imbu. De modo geral, um caprino pode consumir até 240 frutos de imbu por dia. Os animais comem os frutos na caatinga e quando voltam para o aprisco, remoem os frutos e jogam fora as sementes.

5 comentários:

Franscisco da Silva disse...

Bom dia Nilton...
Parabéns pelo blog.
Queria saber de você se o umbu assim como o umbu-cajá germina de galho, e qual tempo(mes)é mais indicado para plantar.
Obrigado.

Fatos e fotos da caatinga disse...

Prezado senhor Francisco da Silva,

O imbuzeiro é da mesma família do imbu-cajá, isto é, a família das Spondias. Uma das principais características desta família é a multiplicação por meio vegetativo que é a propagação por estaquia ou galhos, contudo, no caso do imbuzeiro, essa forma de multiplicação não é a melhor para o imbuzeiro, visto que, as plantas de imbuzeiro multiplicadas por estaquia podem levar até 12 meses para formar raízes o que não é favorecido nas áreas secas da caatinga. Se for em uma região de precipitação bem distribuída, talvez você consiga êxito nesta forma de propagação, porém a melhor forma de plantar imbuzeiro ainda é por sementes.

Franscisco da Silva disse...

Obrigado!!!!
Qual a maneira mais fácil de plantar por meio da semente? Dá pra fazer o plantio da semente do mesmo ano e como devo fazer?

Abraço!

Anônimo disse...

Eu gostaria de Saber se é possível plantar um pé de umbú desse do sertão aqui em Salvador, pois aqui só se ver pé de umbú-cajá e nunca vi pé de umbú aqui

Fatos e fotos da caatinga disse...

Prezado senhor Anônimo, o imbuzeiro é uma planta adaptada as condições adversas da caatinga nordestina onde há um período bem definido de seca e chuva. As plantas de imbuzeiro apresentam um sistema radicular modificado onde são encontrados muitos xilopódios ou túberas que armazenam seiva elabora que a planta utilizar no período de seca. O problema é que para floração e frutificação do imbuzeiro as plantas necessitam de um período de repouso, chamado de dormência vegetativa que é de aproximadamente, 45 dias, quando as folhas caem e surge a floração. No Sertão essa dormência aconteçe de modo geral entre junho e agosto. Em setembro já temos as primeiras flores e frutos com a safra no início de novembro. Assim, como nesta época é o período de seca, pode-se dizer que as fases fenológicas do imbuzeiro aconteçem na seca. Na região de Mata Atlântica ou Zona da Mata como é o caso de Salvador, as plantas podem até se desenvolver, contudo, não conseguem realizar todo o processo fenológico e somente vegetam, sem frutificação.