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sexta-feira, 16 de abril de 2010

As chuvas de março e abril no sertão de Pernambuco



A foto

Nesta fotografia podemos ver a água escorrendo pelo extravasor ou ladrão de uma cisterna. A fotografia foi obtida no dia 15 de abril de 2010 na Comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE.

O fato

O começo do ano de 2010 não foi muito promissor para os agricultores do sertão nordestino. Em dezembro de 2009 foram registradas três ocorrências de chuvas na região, sendo 20,8 mm no dia 2, 34,7 mm no dia 26 e 6,6 mm no dia 30 de dezembro. Com estas chuvas,  acreditava-se que o verão ia ser normal, isto é, haveria muita chuva nos meses de janeiro, fevereiro e março. Na comunidade de Barreiros em janeiro não foi registrada nenhuma ocorrência de chuva. Em fevereiro choveu nos dias 6 (4,2 mm), 7 (4,1 mm) e no dia 26 (45,3 mm), totalizando 53,6 mm. Os agricultores que plantaram com as chuvas de dezembro de 2009, perderam sua lavoura com a seca de janeiro e o forte calor de fevereiro. Ainda havia esperança de que no mês de março as chuvas fossem normais, contudo neste mês ocorreram somente 6 precipitações, sendo 2,5 mm no dia 1, 70,6 mm no dia 6, 11 mm no dia 7, 13,7 mm no dia 20, 21,3 mm no dia 22 e 2,1 mm no dia 23 de março, num total de 121,2 mm. Tomando-se como base as chuvas dos anos anteriores, março de 2010 não foi bom para chuva. Os agricultores que plantaram, novamente no final de fevereiro, ficaram muito contentes com as chuvas de março, embora, em termos de volume, tenha sido muito pequeno. Em abril as chuvas que ocorreram nos primeiros 15 dias foram bastante significativas, sendo 7,5 mm no dia 2, 10,3 mm no dia 4, 57,3 mm no dia 8, 42,9 mm no dia 9 e 14 mm no dia 15 de abril. Até este momento, foi registrado um total de 306,8 mm na comunidade. Essas chuvas contribuíram para o acúmulo de um volume significativo de água nas cisternas da comunidade como podemos ver na residência do senhor Alírio Macêdo, a cisterna transbordando. Se faltar água para a lavoura, pelo menos haverá água para o consumo da família.

terça-feira, 13 de abril de 2010

O filhote do quero-quero


A foto

Nesta fotografia podemos observar um pequeno filhote de quero-quero. A fotografia foi obtida em 27 de março de 2006 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

O quero-quero ou tetéu (Vanellus chilensis) é uma ave da ordem dos Ciconiiformes (anteriormente Charadriiformes), pertencendo à família dos Charadriidae. É uma pequena ave que se caracteriza, principalmente pelo colorido geral cinza-claro na cabeça, peito e na cauda. Uma característica do quero-quero é a defesa do ninho. De modo geral o quero-quero aparece na caatinga no período das chuvas. Faz seu ninho no meio do campo sem qualquer proteção. A fêmea normalmente fica sobre os dois ovos e o macho em volta. Quando qualquer animal ou pessoa se aproxima, estes fazem uma verdadeira guerra para defender o ninho. Uma coisa intrigante é que o quero-quero fica totalmente exposto ao sol sobre o ninho. Os ovos são postos durante a primavera em um ninho feito no solo. Como os ovos têm a casca pintada com manchas escuras, muitas vezes são pisados por pessoa ou outros animais. O macho é agressivo e ataca qualquer coisa que se aproxima do ninho. Na foto podemos ver um pequeno filhote de quero-quero.

domingo, 11 de abril de 2010

As sementes do imbuzeiro danificadas pelo rato silvestre



A foto

Nesta fotografia podemos observar sementes de imbu danificadas pelo rato silvestre.  A fotografia foi obtida em 27 de agosto de 2002 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

Dentre as sementes da caatinga, a do imbuzeiro é uma das que apresenta o endocarpo mais duro. As sementes de imbu dispõem em seu endocarpo de um embrião que é responsável pela sua multiplicação, contudo este embrião é um dos alimentos preferidos pelos ratos silvestres da caatinga. Normalmente os ratos levam as sementes até o buraco do tronco e após a trituração da casca, consomem o embrião que é uma pequena amêndoa. Alguns ratos chegam a consumir o embrião de até 16 sementes por dia. Considerando que este consumo ocorre durante toda a entressafra, os danos são consideráveis para propagação desta espécie. Uma das formas de evitar este problema é fechar os buracos dos troncos do imbuzeiro.  

O consumo de sementes do imbuzeiro pelo rato silvestre na caatinga



A foto

Nesta fotografia podemos observar um rato no tronco de um imbuzeiro.  A fotografia foi obtida em 29 de outubro de 2002 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

O rato silvestre (Oligoryzomys nigripes) é um pequeno roedor com uma distribuição bastante regular na caatinga. A sua dieta consiste principalmente de frutos e sementes, mas também se pode alimentar de diversos restos de culturas, principalmente de milho e feijão. Na caatinga há um grande número de ratos silvestres. Normalmente as plantas de imbuzeiro antigas, apresentam buracos no tronco o que facilita a morada destes animais. No período da safra do imbuzeiro, os ratos levam as sementes até os buracos das plantas e consomem o embrião das sementes.  A ação destes animais pode ser responsável, em partes pela baixa ocorrência de plantas novas de imbuzeiro na caatinga. Este fato ocorre porque, na falta de outros alimentos, os ratos passam todo o ano comendo as sementes do imbu.

A beleza da alma de gato na caatinga do Nordeste




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma alma de gato. A fotografia foi obtida em 11 de maio de 2004 na caatinga da comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

A alma de gato (Piaya cayana) é uma das belas aves da caatinga. Esta espécie é encontrada desde o México até a Argentina. No Brasil, pode ser encontrada em todas as regiões, habitando, principalmente as matas e borda de matas. A visualização desta ave é difícil porque ela sempre esta entre a folhagem. Na região Nordeste seu grito lembra um miado de gato. As aves desta espécie, normalmente utilizam o mesmo ninho colocando diversos ovos. Na caatinga os ninhos geralmente contém de 2 a 3 ovos, de cor verde azulada. Há uma diferença entre o nascimento dos filhotes e um sempre cresce mais rápido do que o outro. E o filhote maior joga o menor fora do ninho. No interior do sertão, alguns agricultores acreditam que a alma-de-gato possui um canto que atrai problemas, por isso, quando ela é encontrada, sempre é abatida. A alma de gato é insetívora, alimentado-se, principalmente de lagartas.

sábado, 3 de abril de 2010

Os caprinos e a caatinga



A foto

Nesta fotografia podemos observar um rebanho de caprinos na caatinga seca.  A fotografia foi obtida em 15 de outubro de 2003 na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato


A região semiárida do Nordeste é constituída por várias sub-regiões, onde predominam uma grande diversificação de clima, vegetação, solo, água e de aspectos socioeconômicos. Todavia, quando há longos períodos de estiagem, toda região sofre com as calamidades da seca. Nessas regiões algumas espécies como a juerminha (Desmanthus virgatus, L. Willd), a faveira (Parkia platycephala Benth), o juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart), o imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda), o mororó (Bauhinia cheilantha, Bong. Steud.), o feijão bravo (Capparis flexuosa L.), a maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & K. Hoffm.), o pau-ferro (Caesalpina férrea Mart.), a favela (Cnidoscolus phyllacanthus Pax & H. Hoffm.) entre outras, são de grande importância para o pastoreio dos animais, principalmente para os caprinos na época de estiagem que ocorre na região. Os caprinos são à base de sustentação econômica da maioria dos pequenos agricultores da caatinga. Por outro lado, muitos agricultores têm um rebanho grande de animais em relação à área de sua propriedade. Este fato tem gerado muitos problemas, principalmente, porque em algumas comunidades os animais são criados soltos na caatinga. De modo geral, os animais passam o dia na caatinga e voltam para o aprisco no final da tarde para beber água e consumir alguma ração ou sal mineral.  Contudo, no mês de agosto e setembro quando tem início o período de seca, a situação dos agricultores é muito difícil para alimentar seus animais, como podemos ver na fotografia, os animais indo para caatinga que está praticamente seca. O rebanho de caprinos da região semiárida esta estimado em mais de 8,3 milhões de cabeças. Este rebanho vive em sistemas de pastejo extensivo, onde a caatinga é o principal sustentáculo para os rebanhos.

A alimentação do caititu na caatinga

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A foto

Nesta fotografia pode observar um caititu em cativeiro.  A fotografia foi obtida em 8 de maio de 2003 na comunidade de Nova Descoberta no município de Petrolina, PE.

O fato

O caititu (Tayassu tajacu) que é encontrado na caatinga do Nordeste é uma das três espécies de pecaris existentes no Brasil. São semelhantes aos porcos domésticos, por isso são também chamados de porcos do mato. A principal diferença dos porcos verdadeiros são seus caninos pequenos. Quando estão ameaçados, batem os dentes como mecanismo de defesa fazendo um grande barulho. O caititu das caatingas do Nordeste se alimenta, principalmente de raízes, tubérculos e sementes. Nos períodos de seca severa nessa região a falta de frutas nativas, leva os animais a consumirem raízes de plantas, tais como, a raiz da maniçoba, da faveleira, e do caroá, etc. Em um trabalho de pesquisa que estamos realizado, são identificadas as fontes de alimentos de um bando de caititus em uma área de caatinga nativa da Embrapa Semiárido. O trabalho consiste no levantamento das plantas que apresentam partes consumidas pelos caititus em diferentes períodos do ano. Os resultados preliminares demonstraram que no período de janeiro a abril quando ocorrem chuvas na região, a base da dieta dos caititus são os frutos do imbuzeiro caídos ao chão e as raízes da maniçoba. No período de maio a agosto, as raízes da faveleira e do caroá são as mais consumidas pelos caititus. De agosto a dezembro, a raiz do caroá é a principal fonte de alimentação dos caititus. Em cada período de avaliação são coletadas fezes dos animais para análise dos restos das partes das plantas consumidas.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O teíu da caatinga nordestina




A foto

Nesta fotografia pode observar um teíu.  A fotografia foi obtida em 5 de maio de 2003 na caatinga do município de Petrolina, PE.


O fato

O teiú (Tupinambis merianae) é um dos maiores lagartos da caatinga nordestina. No período da safra do imbuzeiro, o teiú é visto consumindo frutos caídos ao chão. Este lagarto também se alimenta dos insetos e larvas dos frutos maduros do imbuzeiro.  No sertão, os caçadores ficam nas galhas dos imbuzeiros esperando os teiús para matá-los, pois sua carne é muito apreciada.  Normalmente o teiú é visto nas horas mais quentes do dia, por ser um animal de sangue frio.

quarta-feira, 31 de março de 2010

O sistema de captação de água de chuva Guimarães Duque


A foto

Nesta fotografia podemos observar o sistema de captação de água de chuva, denominado de Guimarães Duque. A fotografia foi obtida no dia 3 de fevereiro de 2009 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.

O fato




Entre as alternativas existentes para o aproveitamento da água de chuva na região semiárida do Nordeste, o método “Guimarães Duque” é um dos que produz maior escoamento superficial. Isto ocorre devido ao fato de que na confecção deste sistema é utilizado um arado para formação dos camalhões e sulcos.  Na ocorrência de chuvas de baixa precipitação, os camalhões produzem um escoamento maior, conseqüentemente retendo mais água nos sulcos, contudo, em chuvas de grande volume, muita água é perdida por escoamento, como podemos ver na foto obtida no dia 3 de fevereiro de 2009 após uma chuva de 47,5 mm que produziu um total de 1.964 litros de água na área de 10 metros de comprimento por 5 m, de  largura, totalizando 50 m².  O método “Guimarães Duque” recebeu esse nome em homenagem ao seu idealizador e  grande estudioso dos problemas da seca do Nordeste, que já utilizava essa técnica na década de 1950.  Foi desenvolvido pelo INFAOL (Instituto Nordestino para o Fomento de Algodão e Oleaginosas) e adaptado pela Embrapa Semiárido para a exploração de cultivos anuais, principalmente milho e feijão. Esse método consiste na aração do solo  em faixas, a fim de que haja a formação dos sulcos, seguidos por camalhões altos e largos. Para isso, utiliza-se do arado reversível de três discos, permitindo a captação da água de chuva na parte do solo que não foi mobilizada pelo arado. É um sistema semi-permanente, com duração de dois a três anos, também podendo ser manejado a cada cultivo, utilizando-se de arado de aiveca a tração animal. Com esse procedimento, mobiliza-se apenas a zona de plantio, cortando-se uma leiva de aração e jogando-se o solo para dentro do sulco, depois arando em sentido oposto, isto é, direcionando-se a leiva para o lado do camalhão e, assim, está efetuado o preparo para o cultivo subseqüente.

sábado, 27 de março de 2010

Como aproveita toda água da chuva para lavoura



A foto

Nesta fotografia podemos observar o sistema de captação de água de chuva, denominado de sulco barrado. A fotografia foi obtida no dia 22 de março de 2010 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.

O fato

As chuvas que caem na região semiárida do Nordeste, embora seja considerada muito pouca para o sucesso da agricultura dependente de chuva, podem ter seu aproveitamento melhor se os agricultores utilizarem as alternativas tecnológicas desenvolvidas ou adaptadas para esta região, a exemplo do sulco barrado. Esta alternativa foi desenvolvida pelo pesquisador da Embrapa Semiárido Dr. José Barbosa dos Anjos. Com o sulco barrado, a água é mais aproveitada pelas plantas como podemos ver na foto obtida no dia 22 de março após uma chuva de 53,5 mm. A área do experimento é de 10 metros de comprimento por 5 m, de  largura, totalizando 50 m². Esta mesma área sem sulcos produziu um escoamento de 2.135 litros de água na mesma chuva.  Na área com sulco barrado o escoamento foi de 174 litros na mesma chuva.

As chuvas no sertão de Pernambuco


A foto
Nesta fotografia podemos ver a ocorrência de chuva na caatinga do município de Petrolina, PE no dia 23 de março.
O fato
As chuvas no sertão do Nordeste no verão deste ano, não foram muito boas. A estação do verão que teve início no dia de 21 de dezembro de 2009, embora seja considerada a de maior ocorrência de chuvas para o sertão, este ano apresentou uma irregularidade surpreendente. No mês de outubro de 2009 ocorreram duas precipitações com 20 mm no dia 25 e 52,4 mm no dia 26 de outubro. Esse volume foi bastante significativo, visto que, o fantasma da seca que se iniciava foi disperso. Muita água foi acumulada nos pequenos açudes e barreiros, amenizando, principalmente a sede dos animais. Alguns agricultores realizaram plantio de milho e feijão, todavia, como só voltou a chover em dezembro, as plantas não resistiram. Em dezembro foram registradas três ocorrências de chuvas na região, sendo 20,8 mm no dia 2, 34,7 mm no dia 26 e 6,6 mm no dia 30 de dezembro. Com estas chuvas,  acreditava-se que o verão ia ser normal, isto é, haveria muita chuva nos meses de janeiro, fevereiro e março, todavia em janeiro ocorreu apenas uma chuva de 21,9 mm no dia 2 e 23,6 mm no dia 26 de fevereiro. Assim, a esperança do nordestino de boas chuvas não se concretizou e todos os plantios feitos até o momento não resistiram às altas temperaturas que assolaram a região neste período. Finalmente no mês de março, tivemos chuvas nos dias 7 com 14 mm, dia 21 com 40 mm e dia 22 com 53,5 mm. Novamente a esperança dos agricultores de um bom ano para a agricultura, contudo, plantar neste período é um grande risco que corre os agricultores do sertão, pois no outono, de modo geral, as chuvas não são suficientes para obtenção de produção das lavouras de subsistência como milho, feijão e mandioca.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Características de uma planta de imbuzeiro com 10 anos


A foto
Nesta foto podemos observar uma planta de imbuzeiro com 10 anos de crescimento em uma área de caatinga degradada. A fotografia foi obtida na Embrapa Semi-Árido, em 23 de agosto de 2007.

O fato
O imbuzeiro é uma das plantas da caatinga que apresenta o crescimento muito lento. De modo geral, um imbuzeiro adulto tem mais de 100 anos de crescimento. Normalmente, nas comunidades do interior da caatinga, as pessoas mais idosas afirmam que as plantas de imbuzeiro já estavam lá quando elas nasceram. Em uma pesquisa que já faz 10 anos, estamos acompanhando o crescimento de plantas de imbuzeiro da germinação até a fase adulta. Na foto acima, podemos ver um imbuzeiro com 10 anos de crescimento. No primeiro ano de avaliação, a altura e o diâmetro basal das 10 plantas avaliadas foram, em média, de 70,81 e 1,16 cm, respectivamente. A circunferência do caule ao nível do solo apresentou uma média de 2,88 cm. . A altura média da copa foi de 46,54 cm. O maior e o menor diâmetro da copa foram de 7,65 e 3,58 cm, respectivamente. As plantas apresentaram raízes horizontais e verticais com 43,41 e 32,81 cm, respectivamente. O maior e menor diâmetro das raízes foi de 1, 262 e 0, 011 cm. No décimo ano de avaliação, a altura e o diâmetro basal das 10 plantas avaliadas foram, em média, de 258,27 e 13,39 cm, respectivamente. A circunferência do caule ao nível do solo apresentou uma média de 35,26 cm. A altura média da copa foi de 256,89 cm. O maior e o menor diâmetro da copa foram de 527,51 e 458,12 cm, respectivamente. As plantas apresentaram raízes horizontais e verticais de 436,17 e 186,45 cm, respectivamente. O maior e menor diâmetro das raízes foi de 7,286 e 0,245 cm, respectivamente. O peso da matéria fresca dos galhos e folhas foi de 19,85 g/planta no primeiro ano e de 22.745,21 g/planta no décimo ano.  Observou-se um crescimento linear durante todo o período de avaliação. O peso de matéria fresca dos galhos e das folhas foi de 15,15 e 8,81 g/planta, respectivamente no primeiro ano de avaliação. Observa-se que houve um incremento significativo nos valores obtidos para peso da matéria fresca dos galhos e folhas a partir dos quatro anos de avaliação. Essa mesma tendência foi observada para o peso da matéria seca dos galhos.  Em relação à produção de xilopódios, pode observar que no décimo ano foram colhidos, em média, 112 xilopódios por planta.

domingo, 21 de março de 2010

Os xilopódios do imbuzeiro



A foto
Nesta foto podemos observar os xilopódios do imbuzeiro. A fotografia foi obtida na Embrapa Semi-Árido, em 3 de agosto de 2009.

O fato
O sistema radicular do imbuzeiro é constituído por uma grande quantidade de xilopódios ricos em água e sais minerais que garantem a sobrevivência da planta durante os períodos de estiagem. Esses xilopódios são utilizados por pequenos agricultores para alimentação dos animais na seca e na produção de doce caseiro, principalmente no Estado de Pernambuco e sertões da Bahia, aonde vem se atribuindo a extinção dessa espécie à retirada dos xilopódios.  O xilopódio é rico em cálcio, magnésio, fósforo, potássio e água. Todavia, em mais de 20 anos de pesquisas com o imbuzeiro, ainda não encontramos uma planta morta em virtude da retirada dos xilopódios. Em diversos trabalhos de pesquisa já chegamos a contar até 2.500 xilopódios por planta. Geralmente, o levantamento é feito com a retirada dos xilopódios por quadrantes como podemos ver na imagem. Neste quadrante com a dimensão de 2 m de largura por 4 m de comprimento e 1 m de profundidade, foram retirados 121, os quais pesaram 248,77 kg e apresentaram um peso médio de 2,05 kg por xilopódios. Como se ver na imagem, as grandes raízes não foram cortadas, garantindo assim a formação de novos xilopódios.  

O resfriamento da polpa de imbu


A foto
Nesta foto podemos observar o resfriamento da polpa de imbu para o armazenamento em temperatura ambiente. A fotografia foi obtida na Embrapa Semi-Árido, em junho de 2008.

O fato
A safra do imbuzeiro ocorre de forma muito rápida, isto é, em 2 a 3 meses com concentração nos meses de janeiro, fevereiro e março. Embora uma parte da produção de imbu seja comercializada pelos agricultores para o consumo in natura, uma quantidade grande da produção é desperdiçada por falta de estrutura para o armazenamento dos frutos ou da polpa. Um das alternativas encontrada foi submeter à polpa a um choque térmico e armazena em temperatura ambiente para processá-la posteriormente. O ideal seria armazenar a polpa sob refrigeração, contudo em muitas comunidades não existe energia elétrica e quando há os agricultores não dispõe de freezer ou câmara fria para o armazenamento. O armazenamento da polpa do fruto do imbuzeiro em temperatura ambiente é uma alternativa viável, contudo, há necessidade de cuidados rigorosos neste procedimento. A polpa deve ser colocada nos recipientes tão logo ocorra à retirada das sementes e colocada em uma caixa ou outro depósito com água em temperatura normal. Quando a água apresenta elevação da temperatura, o recipiente deve ser colocado em uma segunda caixa, até a temperatura da água não sofrer alteração. Se esse procedimento for realizado corretamente, a polpa poderá ser armazenada em temperatura ambiente e utilizada na entressafra. Essa possibilidade ocorre porque o pH da polpa do imbu que varia entre 2,5 a 2,7 contribui de forma favorável para sua conservação. Contudo, se a polpa não for devidamente resfriada, esta pode desenvolver algumas bactérias que a torna imprópria para o consumo.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A venda de frutos do imbuzeiro em feira livre em 2010



A foto

Nesta fotografia podemos ver a venda de frutos do imbuzeiro em feira livre. A fotografia foi obtida em 30 de janeiro de 2010 na feira livre do bairro de Areia Branca no município de Petrolina, PE.

O fato

      Nos meses de janeiro, fevereiro e março, a colheita e venda do fruto do imbuzeiro é uma das atividades mais lucrativa para muitos agricultores da região semi-árida do Nordeste. Os frutos são comercializados nas comunidades, as margens de rodovias e principalmente em feiras livrem. A forma tradicional de venda do imbu é o litro. De modo geral, um litro de imbu contém até 48 frutos e pesa aproximadamente 1 kg. O preço é de R$ 1,00. Em supermercados o preço de um kg de imbu pode alcançar até R$ 4,00.

O acampamento dos colhedores de frutos do imbuzeiro


A foto

Nesta fotografia podemos ver agricultores em um acampamento de colheita do imbuzeiro. A fotografia foi obtida em 2 de fevereiro de 2010 na caatinga da comunidade de Lagoa do Meio no município de Juazeiro, BA.

O fato

      Para colheita do imbuzeiro, os agricultores se reúnem em grupos e adentram a caatinga em busca dos frutos. Eles escolhem as áreas de maior ocorrência de imbuzeiros e fazem acampamento embaixo das plantas onde cozinham seus alimentos e descansam. Neste local eles acendem pequenos fogos com madeira seca da caatinga para preparar, principalmente, café, feijão, arroz e algum tipo de carne. Alguns agricultores levam de suas residências comidas já preparadas como pão, doces e carne assada na farinha e comem rapidamente para não perder tempo na colheita.

As crianças do sertão na colheita do imbuzeiro


A foto

Nesta fotografia podemos ver duas crianças colhendo frutos do imbuzeiro. A fotografia foi obtida em 2 de fevereiro de 2010 na caatinga da comunidade de Passagem de Santana no município de Uauá, BA.

O fato

      As plantas de imbuzeiro normalmente são altas e de copa frondosa, isto muitas vezes dificulta a colheita dos frutos pelos agricultores, principalmente por crianças. Contudo, os frutos do imbuzeiro são uma alternativa de renda muito importante para os agricultores do sertão, independente de ser adultos ou crianças. Nesta fotografia podemos ver duas crianças colhendo imbu. O que nos chamou a atenção foi o improviso da menina com um banco para facilitar a colheita.