quarta-feira, 25 de abril de 2007
O consumo da favela pelos caprinos na caatinga
terça-feira, 24 de abril de 2007
A coleta de xilopódios do imbuzeiro para produção de doce
A foto
Nesta foto, podemos observar um agricultor retirando xilopódios de uma planta de imbuzeiro para produção de doce. A foto foi obtida na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE no ano de 2003.
O fato
Na região semi-árida do Nordeste, muitos agricultores retiram os xilopódios de plantas adultas de imbuzeiro para produção de doce em massa, o chamado “doce de cuca de imbu”. Este tipo de doce é encontrado na maioria das feiras-livres da região e, também é levado para São Paulo, onde é bastante consumido. Essa atividade, embora seja uma alternativa de geração de renda para os agricultores, pode ser uma causa da degradação do meio ambiente e levar o imbuzeiro a extinção. Os xilopódios do imbuzeiro são órgãos de reserva do sistema radicular que armazenam água e substâncias nutritivas que são utilizados pelas plantas nos períodos de estiagem, com isso, a retirada dos xilopódios pode causar sérios danos as plantas. Em um estudo realizado durante 10 anos numa área de 197 hectares de caatinga do município de Lagoa Grande, PE, onde os agricultores retiravam xilopódios para produção de doce de 1182 plantas, foram encontradas menos de 5% de plantas mortas atribuídas a retirada de xilopódios. A maioria das plantas mortas (16,5%) foi cortada pelos agricultores para retirada de mel de abelha e 3,87% das plantas mortas foram atacadas por brocas e cupins que destruíram seus caules.
domingo, 22 de abril de 2007
Consumo de xiquexique pelos caprinos na seca
O xiquexique (Pilocereus gounellei K. Schum) é uma Cactaceae utilizada, pelos agricultores, como uma alternativa para alimentação dos animais em períodos de longa estiagem nas caatingas do Nordeste brasileiro. Esta planta é a última alternativa dos agricultores para salvar seus animais, devido a grande dificuldade de sua utilização. Realizamos um trabalho de pesquisa que teve como objetivo verificar o consumo de xique-xique pelos animais na caatinga e a sua utilização pelos agricultores das comunidades de Ouricuri e Caldeirãozinho (Uauá - BA) e Passagem de São Pedro (Jaguarari - BA). O levantamento foi realizado, no período de agosto a setembro de 2005, com a aplicação de um questionário junto aos agricultores das comunidades sobre a utilização do xique-xique na alimentação dos animais e a observação do consumo desta planta diretamente no campo pelos animais. Os resultados demonstraram que o xique-xique é utilizado por 36,54% dos agricultores da comunidade de Ouricuri, por 54,27% dos agricultores de Passagem de São Pedro e por 48,32% dos agricultores de Caldeirãozinho. Quanto ao consumo das plantas no campo, em média, cada planta é visitada por 4 a 6 caprinos no intervalo de 5 dias.
sábado, 21 de abril de 2007
O xilopódio do mamãozinho-de-veado
Nesta foto, podemos observar uma túbera ou xilopódio do mamãozinho-de-veado. A foto foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE, em agosto de 2005.
O fato
O mito da germinação das sementes do imbuzeiro nos apriscos
Nesta foto, podemos observar uma grande quantidade de sementes de imbuzeiro no chão de um aprisco. Cada ponto branco é uma semente regurgitada pelos caprinos. A fotografia foi obtida na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE na safra do imbuzeiro de 2006.
O fato
Os estudos sobre a germinação da semente do imbuzeiro têm apresentado muitas controversas, principalmente referente à sua dormência. Diversos autores realizaram alguns estudos que indicaram a existência de dormência na semente do imbuzeiro. Esta dormência poderia ser motivada pela presença de uma proteção extra do embrião, visto que o embrião da semente encontra-se protegido por um endocarpo secundário. Outros concluíram que a dificuldade de penetração de água no embrião seria a causa fundamental da dormência das sementes. Outros trabalhos concluíram que a ação dos ácidos gástricos dos caprinos nas sementes regurgitadas seria uma forma de quebra da dormência, e consequentemente do aceleramento da germinação. Com os resultados de nossas pesquisas com a semente do imbuzeiro nos últimos 10 anos, podemos observar uma série de fatores que contribuem ou não com a germinação das sementes do imbuzeiro. Em uma pesquisa com 17 plantas, colhemos os frutos, retiramos as sementes e plantamos no mesmo dia. Foi observado um percentual de germinação de 8 a 13% das sementes de 8 plantas, indicando que a dormência não é generalizada para todas as plantas. Neste mesmo estudo, observamos que o maior índice de germinação foi obtido com sementes armazenadas até 180 dias. Neste estudo, concluímos que a semente precisa alcançar sua maturidade fisiológica para poder germinar. Em outra pesquisa, estudamos os efeitos dos ácidos gástricos na germinação das sementes. Para tanto, coletamos nos apriscos sementes regurgitadas imediatamente e sementes após 8 dias no solo. Nas sementes regurgitadas imediatamente, não foi encontrado resíduos da ação dos ácidos gástricos dos caprinos. Estes resultados foram confirmados com as necropsias de animais abatidos, onde observamos que os frutos depois de ingeridos pelos animais, alojavam-se no retículo e parte do rúmen. Assim, as sementes não sofriam qualquer ação dos ácidos, pois esta só ocorre no quarto compartimento do estômago, o abomaso. Porém, nas sementes coletadas aos 8 dias no solo, detectamos uma grande quantidade de nitrogênio proveniente das fezes e urina dos animais e este nitrogênio na razão de 13,33 mg/litros é responsável pelos elevados índices de germinação das sementes regurgitadas pelos animais.
terça-feira, 17 de abril de 2007
O consumo do mandacaru pelos caprinos na seca
O mandacaru (Cereus jamacaru P.DC.) a planta de maior importância para os pequenos agricultores da região semi-árida do Nordeste no período de seca. Os agricultores também utilizam o facheiro (Pilosocereus pachycladus F. RITTER), o xiquexique (Pilosocereus gounellei K. Schum) e a coroa-de-frande (Melocactus bahiensis Britton & Rose) como alternativas para salvarem seus animais da fome causada pela seca. O mandacaru é cortado e seus espinhos queimados para facilitar seu consumo pelos animais. No período de seca que a maioria dos agricultores utiliza o mandacaru que dispõem em suas propriedades. Contudo, a utilização massiva desta cactácea em períodos de secas sucessivas, tem reduzido significativamente a densidades do mandacaru na caatinga.
O consumo do faheiro pelos caprinos na caatinga
Nesta foto, podemos observar dois caprinos consumindo partes do facheiro na caatinga. A foto foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE no período de estiagem de 2003.
O fato
No período de seca que ocorre na caatinga nordestina, os agricultores têm muita dificuldade para alimentar seus rebanhos, devido à baixa oferta de alimentos para os animais. O período de seca que tem início no final do período de chuvas, em alguns anos começa nos meses de julho ou agosto e prolonga-se até o início das chuvas que pode ocorrer na segunda quinzena de novembro ou em janeiro. Neste período, a maior parte dos animais que sobrevivem da vegetação da caatinga, paca por grande restrição alimentar. Em algumas comunidades, a maior parte dos rebanhos morre de fome e sede. Contudo, as cactáceas da caatinga, entre elas, o mandacaru (Cereus jamacaru P.DC.), o facheiro (Pilosocereus pachycladus F. RITTER), o xiquexique (Pilosocereus gounellei K. Schum) e a coroa-de-frande (Melocactus bahiensis Britton & Rose) são as únicas alternativas encontradas pelos agricultores para salvarem seus animais.
segunda-feira, 16 de abril de 2007
A produção de frutos do imbuzeiro
Os diferentes tipos de doce de imbu
Nesta foto podemos observar quatro tipos de doce obtidos com o fruto do imbuzeiro em diferentes estádios de maturação. A foto foi obtida com doces processados de frutos colhidos na caatinga de Petrolina, PE, na safra de 2006.
Do fruto do imbuzeiro podem ser obtidos diversos produtos, principalmente, doces em massa, geléias, suco, licor, compota, mouse, imbuzada, entre outros. O principal derivado do fruto do imbuzeiro é o doce em massa. Este produto é obtido da polpa dos frutos, adicionada a certa quantidade de açúcar. A quantidade de água na polpa e a porcentagem de açúcar vão determinar a qualidade do doce. Outro fator de muita importância é o estádio de maturação dos frutos. De modo geral, os frutos do tipo 1 (frutos no estádio de maturação entre o verde e o maduro) são os mais utilizados pelos agricultores que processam o doce em massa de imbu. O fruto do tipo 2 (fruto após a queda ao solo que pode ser “d’vez” ou inchado), fruto do tipo 3 (fruto maduro) e o fruto do tipo 4 (fruto após a maturação plena). Os frutos alcançam a maturação plena, após 2 a 3 dias após a queda ao solo. Este estádio também pode ser obtido após a colheita e o armazenamento dos frutos por 2 a 3 dias. Em trabalhos de análise sensorial por meio de diversos teste de degustação com uma escala hedônica de 9 pontos, o doce processado com os frutos do tipo 4, obtiveram o atributo “gostei muitíssimo) por 88% dos provadores.
sábado, 14 de abril de 2007
A defesa do imbuzeiro para propagação de suas sementes
A foto
Nesta foto podemos observar uma semente de imbuzeiro com um espinho. A foto foi obtida de uma planta localizada na caatinga da comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE, na safra de 2005.
O fato
O gorgulho da semente do imbu
Nesta foto podemos observar algumas sementes do imbuzeiro perfuradas pelo gorgulho (Amblycerus) e um inseto adulto após a emergência da semente. A fotografia foi obtida na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE na safra de 2005.
O fato
A baixa ocorrência de plantas novas de imbuzeiro na caatinga pode ser atribuída a diversos fatores, principalmente ao desmatamento e o consumo de plântulas pelos animais. Contudo, as sementes das Spondias, de modo geral são danificadas por um pequeno coleóptero que causa sérios danos as sementes. No caso da semente do imbuzeiro, o inseto adulto colocar seus ovos nos frutos ainda pequenos e após o nascimento das larvas, esta emigram para a semente onde completam seu ciclo destruindo o embrião das sementes. Quando o inseto está completamente desenvolvido, este perfura as paredes das sementes e voa. Em pesquisas realizadas com as sementes de diversas plantas de imbuzeiro localizadas no Campo Experimental da Embrapa Semi-Árido no município de Petrolina, PE, foi constatado que mais de 80% das sementes que ficam no solo embaixo das plantas, estão danificadas pelos insetos e não germinam. Para evitar estes danos, temos que coletar os frutos tão logo eles caem maduros e retirar a polpa, com isso, a larva não penetra na semente.
Produção de frutos por plantas de imbuzeiro aos 6 meses
Nesta foto, podemos observar uma muda de imbuzeiro aos seis meses de idade com um pequeno fruto. A foto foi obtida na casa de vegetação da Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE no ano de 2004.
O fato
O imbuzeiro é uma planta que sobrevive por mais de 100 anos. Assim, o início da produção de frutos apresenta uma grande variabilidade. Normalmente, as plantas iniciam sua produção aos 6 anos com um a três frutos, porém, em algumas plantas o início da produção ocorre aos 10 ou 13 anos. Em pesquisas desenvolvidas nos últimos 10 anos na Embrapa Semi-Árido, foram obtidos resultados muitos significativos em relação ao início da produção de frutos pelas mudas de imbuzeiro. Observamos que há uma variabilidade genética muito forte entre as plantas nativas quanto o início da produção. Esta variabilidade, também é influenciada pelas condições climáticas da região, principalmente pelo solo e o volume de precipitação no período inicial de desenvolvimento das mudas. Em uma pesquisa com 140 plantas de imbuzeiro, foi semeado em 10 anos, um total de 120.000 sementes que produziram mudas com alto grau de variabilidade genética. Das 120 plantas, duas apresentaram mudas que iniciaram a produção aos 5 e 6 meses. As plantas provenientes destas mudas encontram-se em observação e já produziram frutos em três anos consecutivos.
domingo, 8 de abril de 2007
O nome correto do imbuzeiro: imbu ou umbu?
A composição nutricional do xilopódio do imbuzeiro
Nesta foto podemos observar os detalhes da parte interna do xilopódio do imbuzeiro. A fotografia foi obtida em agosto de 2003 na caatinga do município de Petrolina, PE. Foram coletados diversos xilopódios de plantas adultas para observações.
O fato
Na analise bromatológica e mineral do xilopódio do imbuzeiro foi encontrado os seguintes elementos: matéria seca (%) 89,83; cinza (%) 11,27; proteína bruta (%) 4,11; fibra bruta (%) 11,44; Extrato etéreo (%) 1,37; tanino (%) 0,05; enxofre (%) 0,11; fósforo (%) 0,05; cálcio (%) 2,38 e magnésio (%) 0,47. Podemos observar na imagem que a parte central do xilopódio apresenta a formação de círculos concêntricos. Esta área é formada por uma camada de células esponjosas cuja solução nutritiva já foi absorvida pela planta. Após a retirada de toda reserva nutritiva do xilopódio pela planta, o xilopódio seca e em seu lugar inicia-se a formação de novos xilopódios dando continuidade ao ciclo de formação e reserva de nutrientes.
Crescimento do xilopódio do imbuzeiro
Nesta foto podemos observar diferentes tamanhos do xilopódio do imbuzeiro. A foto foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE, em agosto de 2002. Para obtenção da fotografia, foram coletadas plantas jovens do imbuzeiro e retirado os xilopódios de plantas adultas.
O fato
A formação do xilopódios em plantas de imbuzeiro é muito variável. Algumas plantas iniciam a formação das túberas aos 5 dias após a germinação, outras iniciam entre o 8 e 13 dia. O crescimento xilopódio é lento nos primeiros 12 meses. Da esquerda para direita, temos a primeira planta aos 365 dias após o plantio com um xilopódio principal e outro secundário desenvolvendo-se. Normalmente, o xilopódio principal torna-se a raiz maior da planta e forma novas raízes secundárias, onde se desenvolve novos xilopódios. A segunda planta estava com 120 dias de crescimento e a terceira planta com 90 dias. A quarta planta foi coletada aos 30 dias após a germinação com um pequeno xilopódio. O xilopódio na parte de cima da fotografia foi retirado de uma planta adulta e pesou 27,56 kg, sendo o maior xilopódio colhido até agora, após mais de 20 anos de pesquisas com o imbuzeiro.
sábado, 7 de abril de 2007
Planta de imbuzeiro com 5 anos de crescimento
O tronco do imbuzeiro
Esta planta de imbuzeiro é uma das maiores que já encontramos na caatinga. Sua altura é de 8,7 m com um diâmetro do caule ao nível do solo de 1,39 m. O diâmetro de sua copa é de 22 m². Considerando-se que em algumas pesquisas nós obtivemos plantas de imbuzeiro aos 365 dias após o plantio com um diâmetro do caule ao nível do solo de 0,912 cm, para alcançar este tamanho são necessários muitos anos de crescimento. Uma amostra do caule desta planta revelou a existência de 347 anéis de crescimento. Todavia, acreditamos que sua idade pode ser maior. Seu caule é muito desenvolvido para uma planta da caatinga cujo crescimento esta condicionado a escassez de chuvas que ocorre na região semi-árida.
Uma planta de imbuzeiro com 21 anos
Detalhes dos xilopódios do imbuzeiro
Nesta foto podemos observar os detalhes da disposição dos xilopódios em uma planta de imbuzeiro. Para obtermos esta fotografia, foi realizado um trabalho de retirada de todo o solo na área de um metro quadrado. A foto é de uma planta localizada na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE no ano de 2004.
O fato
Os xilopódios do imbuzeiro são raízes modificadas compostas de reservas nutritivas que as plantas utilizam no período de dormência vegetativa e na estiagem para sua sobrevivência. Há uma grande variabilidade entre as plantas quanto o número de xilopódios, apresentando uma variação de 46 xilopódios para plantas com 2 a 3 anos de idade até 2.075 túberas para planta com idade estimada de 70 a 100 anos. O que temos observado nos trabalhos é que o número de xilopódios vai aumentando com a idade da planta, contudo, em plantas muito velhas, há uma redução significativa do número de xilopódios. Este fato pode ocorrer devido o maior desenvolvimento do sistema radicular destas plantas. Os xilopódios são utilizados pelos agricultores para alimentação dos animais na seca, para produção de doce e muitas vezes como alimento na caatinga. Na história os xilopódios tem sido muito relatado, principalmente no Livro " Os sertões" que relata a querra de Canudos. Neste livro, Euclides da Cunha diz que"... Os soldados famintos, cavavam os imbuzeiros em redor, arrancando-lhes os tubérculos para iludir a fome e a sede" .... "...Na época da guerra, uma raiz de imbu valia ouro, muitos soldados trocavam partes de seus armamentos por cucas de imbuzeiro". Na remoção dos doentes e feridos da Quarta Expedição comandada pelo General Cláudio do Amaral Savaget em 1896 para Monte Santo, a fome e a sede dos soldados era aliviada pelos tubérculos dos imbuzeiros.
sexta-feira, 6 de abril de 2007
A composição nutricional do fruto do imbuzeiro
A germinação de sementes do imbuzeiro
O fato
O imbuzeiro apresenta propagação sexuada ou gâmica. A propagação sexuada é obtida por meio de enxertia e estaquia. A propagação gâmica ocorre por meio das sementes. Na caatinga, a principal forma de propagação do imbuzeiro é as sementes. As sementes do imbuzeiro apresentam uma dormência inicial que está relacionada diretamente com a maturidade fisiológica. Esta dormência pode prolonga-se de 15 a 180 dias, variando entre plantas. Todavia, em alguns casos, sementes plantadas no mesmo dia da colheita apresentam um baixo índice de germinação (1 a 3%). Já sementes plantadas aos 180 dias após a colheita apresentam índice de germinação de até 98%. A germinação tem início entre 5 e 8 dias após o plantio da semente, contudo, se houve falta de umidade no solo, as sementes só iniciam a germinação quando as condições estiverem adequadas, isto pode levar até mais de um ano.
Planta de imbuzeiro com 75 anos de crescimento
Para realizarmos o trabalho de determinação da idade desta planta, a produção de frutos foi acompanhada por cinco anos e plantada 120 mudas provenientes das sementes na área de caatinga onde a planta se encontrava. A planta foi cortada e todas suas dimensões foram anotadas. A planta apresentava as seguintes medidas: Altura da planta: 6,78 m; Diâmetro do caule ao nível do solo: 72,33 cm; Circunferência do caule ao nível do solo: 1,66 m; Maior diâmetro copa: 13,32 m; Menor diâmetro copa: 7,74 m; Altura da copa: 4,77 m.; Altura do fuste: 1,16 m; Peso galhos e folhas: 391,88 kg; Peso das folhas verde: 78,36 kg; Maior comprimento raiz lateral: 15,65 m; Maior profundidade da raiz: 1,66 m; Número de xilopódios: 2.075; Peso total dos xilopódios: 4.049,50 kg.; Peso médio dos xilopódios: 1,95 kg.; Produção média de frutos em 5 anos: 397 kg.
Planta de imbuzeiro com um ano de crescimento
Nesta foto podemos observar uma planta de imbuzeiro com 1 ano de idade. A foto foi obtida em janeiro de 2005 na caatinga do município de Petrolina, PE.
O consumo de folhas secas do imbuzeiro pelos caprinos
quarta-feira, 4 de abril de 2007
A germinação de sementes de mamãozinho-de-veado
A renda obtida pelos agricultores com a venda do imbu
posted by O
A regeneração natural e dispersão de sementes de imbuzeiro na caatinga
O imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é uma fruteira nativa do Nordeste, cujos frutos servem de alimento para as populações rurais, animais domésticos e silvestres. Contudo, tem-se observado à ausência de plantas jovens em seu ambiente natural, cuja causa tem sido atribuída em sua maioria à dificuldade que as sementes do imbuzeiro apresentam para germinar, ao desmatamento desordenado e aos danos causados as plântulas que emergem pelos insetos, animais silvestres e, principalmente, pela irregularidade das chuvas na região. Foi realizado um levantamento da regeneração natural e da dispersão do imbuzeiro nas condições da caatinga nativa e degradada. O trabalho foi realizado no período de outubro de 2002 a dezembro de 2005 em área de 12 hectares de caatinga degradada da comunidade de Alto do Angico e 12 hectares de caatinga nativa na Estação Experimental da Embrapa Semi-Árido no município de Petrolina, PE. A vegetação da comunidade é caracterizada como caatinga hiperxerófila arbustiva-arbórea com o estrato herbáceo bastante degradado pelo pastejo intensivo de caprinos. Na Estação Experimental a vegetação é composta por caatinga hiperxerófila arbustiva-arbórea com o estrato herbáceo composto por uma grande densidade de espécies. Em outubro de 2002, antes do início da queda de frutos maduros da safra de 2002/2003 foram selecionadas ao acaso, 16 plantas nativas de imbuzeiro, sendo oito plantas localizadas na área de caatinga nativa e oito plantas na área de caatinga degradada. Em cada planta foram demarcados doze transectos de 1 m de largura por 25 m de comprimento, partindo da base do caule no sentido norte/sul e leste/oeste. Em cada transecto foram demarcadas cinco unidades amostrais com 1 m² a cada 5 m de distância, totalizando-se 60 unidades amostrais por transectos/planta com 60 m² de área amostrada por planta, onde foram mensuradas as sementes encontradas no solo e as plântulas de imbuzeiro. Foram realizadas observações em quatro transectos por ano, sendo que no segundo e terceiro ano, foram demarcados novos transectos, deslocados 30º no sentido anti-horário. As observações foram realizadas a cada 15 dias na estação chuvosa e 30 dias na estação seca dos anos de 2003, 2004 e 2005.O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso em esquema fatorial 5 x 2, com quatro repetições. Os tratamentos resultaram da observação de sementes e plântulas em cada unidade amostral dos transectos, sendo: 1) unidade amostral 1 sob a projeção da copa; 2) unidade amostral 2, afastada a 5 m da copa da planta; 3) unidade amostral 3, afastada a 10 m da copa da planta; 4) unidade amostral 4, afastada a 15 m da copa da planta; 5) unidade amostral 5, afastada a 20 m da copa da planta; 6) unidade amostral 6, afastada a 25 m da copa da planta; e dois tipos de vegetação (área de caatinga nativa e área de caatinga degradada). As variáveis analisadas foram: a) número de sementes/m2 em cada unidade amostral; b) número de plântulas e c) agentes dispersores das sementes. Os resultados obtidos demonstraram que o principal mecanismo de dispersão das sementes do imbuzeiro na caatinga nativa tem sido por pequenos animais com destaque para o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), a cotia (Dasyprocta cf. prymnolopha), o caititu (Tayassu tajacu), a raposa (Dusicyon thous), o teiú (Tupinambis merianae), o tatu-peba (Euphractus sexcinctus) e na caatinga degradada o caprino (Capra hircus). Contudo foi registrada a ocorrência, embora pequena, da dispersão hidrocória em riachos temporários formados logo após as chuvas na caatinga, principalmente na área degradada. A unidade de dispersão do imbuzeiro é um fruto de forma globosa a elipsóide, apresentando epicarpo (casca), com uma grande diversidade de espessura, glabo ou piloso, de cor verde quando imaturo e amarelo a brancacento quando maduro. O fruto apresenta comprimento variando de 2,6 a 4,2 cm e diâmetro de 2,2 a 4,0 cm. O peso do fruto do imbuzeiro varia de 5 a 42,8 g. O mesocarpo (polpa) é mole, suculenta, de cor amarelo-esverdeada a branco-esverdeada, de sabor agridoce. O endocarpo lenhoso envolve a semente que constitui o caroço. O caroço do imbuzeiro apresenta comprimento variando de 1,5 a 2,5 cm e diâmetro de 1,1 a 1,6 cm. O peso do caroço varia de 1,16 a 3,0 g.No primeiro ano de observação foi encontrada na caatinga nativa, uma média de 1003,5 sementes/m2 nas primeiras unidades amostrais dos transectos localizadas a 5 m do tronco da planta-mãe. Desse total, 56,85% correspondiam a sementes de safras anteriores e 43,15% a sementes da safra atual. Das sementes das safras anteriores, 89,29% estavam danificadas, principalmente com o embrião destruído e 10,71% consideradas como sementes normais, possíveis de germinação. Observaram-se, em média, 173,25 sementes/m2 nas segundas unidades amostrais nos transectos. Nas demais unidades amostrais o número de sementes não foi significativo. As sementes da safra anterior encontradas no solo com condições de germinação confirmam a formação de um banco de sementes no solo pelo imbuzeiro, ao contrário de outras espécies lenhosas da caatinga como Anadenantera colubrina que não forma banco no solo. As sementes da safra atual, reconhecidas pelo aspecto brilhante do tegumento, apresentavam 78,82% danificadas.Na área degradada, observou-se, em média, 31,25 sementes/m2 nas primeiras unidades amostrais dos transectos, sendo 78,57% de safras anteriores e 21,43% da safra atual. Quanto à ocorrência de plantas jovens, na área de caatinga nativa foram registradas 2,5 plantas.m-2 durante a estação chuvosa nas primeiras unidades amostrais e 1,5 plantas.m-2 nas segundas unidades amostrais dos transectos. Contudo, nenhuma das plantas jovens da área de caatinga nativa sobreviveu ao período de estiagem. Na área de caatinga degradada foram registradas a presença de plantas jovens nas primeiras unidades amostrais, com apenas 2 plantas.m-2 na quarta unidade amostral do terceiro transecto e 1 plantas.m-2 na segunda unidade amostral do quarto transecto no período chuvoso. Todavia, as plantas jovens encontradas não resistiram a estiagem do período seco e morreram, confirmando a hipótese de Araújo (1998) de que ao final da estação chuvosa, plântulas ou morrem ou são recrutadas para o estádio juvenil na estação chuvosa subseqüente. No segundo ano quando os transectos foram deslocados 30º no sentido anti-horário foi encontrada na caatinga nativa, uma média de 850,75 sementes/m2 nas primeiras unidades amostrais dos transectos. As sementes de safras anteriores representavam 57,48% e 42,36% das sementes eram da safra atual. Do total das sementes, 87,32% estavam danificadas e 12,68% normais, possíveis de germinação. Nas observações realizadas nas segundas unidades amostrais dos transectos no segundo ano, foram registradas, em média, 80,5 sementes/m2, sendo encotradas algumas sementes nas terceiras e quartas unidades amostrais. Na área de caatinga degradada, foram registradas, em média, 36 sementes/m2 nas primeiras unidades amostrais dos transectos, sendo 79,86% de safras anteriores e 20,14% da safra atual. No segundo ano foram registradas à ocorrência de plantas jovens, na área de caatinga nativa com média de 2 plantas.m-2 na estação chuvosa nas primeiras unidades amostrais, com algumas plantas também nas segundas unidades amostrais dos transectos 1, 2 e 3. Na área de caatinga degradada foi registrada a presença de 1 plantas.m-2 na segunda unidade amostral do quarto transecto.Os resultados das observações realizadas nos transectos deslocados 60º do local onde foi realizado o levantamento no primeiro ano estão demonstrados na Tabela 5 onde foi registrada na caatinga nativa, uma média de 927 sementes/m2 nas primeiras unidades amostrais dos transectos. As sementes de safras anteriores representavam 57,07% e 42,93% eram sementes da safra atual. Das sementes da safra anterior 86,39% estavam danificadas. Nas sementes da safra atual, 77,89% encontravam-se com o embrião danificado. Dessas sementes, 82,24%, em média continham larvas de insetos. Na caatinga degradada foram encontradas, em média, 23 sementes/m2 nas primeiras unidades amostrais dos transectos deslocados a 60º. Dessas sementes, 82,61% eram de safras anteriores e 17,39% da safra atual. O grau de sementes danificadas na área de caatinga degradada foi semelhante ao da caatinga nativa. Nas observações realizadas nas segundas unidades amostrais nos transectos do terceiro ano, foram registradas, em média, 846 sementes/m2 na caatinga nativa e 23 sementes/m2 na caatinga degradada. No terceiro ano de observação não foi registrada à ocorrência de plantas jovens em nenhuma unidade de observação na área de caatinga degradada. Contudo, foram encontradas algumas plantas jovens nas unidades amostrais da caatinga nativa. Os dispersores das sementes de imbuzeiro observados na área de catinga nativa foram o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira)(G. Fischer, 1814), a cotia (Dasyprocta cf. prymnolopha)(Lichtesnstein, 1823), o caititu (Tayassu tajacu)(Link, 1795), a raposa (Dusicyon thous)(Linnaeus, 1766), o teiú (Tupinambis merianae)(Linnaeus, 1758), o tatu-peba (Euphractus sexcinctus)(Linnaeus, 1758) e o guará ou guaxinim (Procyon cancrivous)(G. Cuvier, 1798) e na área de caatinga degradada o caprino (Capra hircus). O veado-catingueiro e o caititu são os principais dispersores de sementes do imbuzeiro na área de caatinga nativa. O veado consome os frutos maduros caídos ao solo embaixo das plantas de imbuzeiro percorrendo trilhas de até 8 km na caatinga no período de safra e regurgita parte das sementes dos frutos consumidos em seus locais de pousio. Embora, o caititu apresente hábitos alimentares mais generalizados, alimentando-se igualmente de raízes, tubérculos e sementes, no período da safra do imbuzeiro, os frutos são muito importantes na dieta desses animais na caatinga. O caititu alimenta-se dos frutos do imbuzeiro em manadas de 6 a 12 animais e percorre trilhas de até 13 km na caatinga, dispersando as sementes. O tatu-peba alimenta-se dos frutos caídos no solo embaixo das plantas de imbuzeiro no período da safra e dispersas as sementes nas fezes em diferentes pontos da caatinga. Contudo, o tatu-peba tem causado a morte de muitas plantas jovens pelo consumo de seu xilopódio na estação seca. O teiú é um dispersor de sementes de muitos frutos em toda área de seu habitat. Na área de caatinga nativa, o teiú visita as plantas de imbuzeiro no período entre as 10:45 às 15:30 horas e consome os frutos maduros caídos no chão embaixo das plantas e dispersa as sementes nas fezes. A raposa e o guará visitam as plantas do imbuzeiro, principalmente à noite e consomem a polpa dos frutos embaixo das plantas e dispersa as sementes nas proximidades. A uma concorrência forte entre o guará e a raposa pelos frutos do imbuzeiro e quando um está embaixo de uma planta o outro faz ameaças até que este se retire e o outro inicia o consumo dos frutos. Quando a raposa ou o guará saem procurando outra planta, eles seguem mastigando alguns frutos e dispersando suas sementes no caminho. A presença de frutos na dieta das raposas. A cotia é um dispersor e predador de sementes do imbuzeiro na caatinga, principalmente em áreas nativas. Durante o período da safra a cotia consume a polpa dos frutos e a amêndoa das sementes secas, como também dispersa as sementes na área próxima a seu habitat enterrando-as no solo para consumi-las posteriormente. Todavia, parte destas sementes é esquecida pelos animais e germinam, transformando-se em novas plantas.Nas áreas de caatinga degradada o principal dispersor das sementes do imbuzeiro são os caprinos. Com esses resultados pode-se concluir que na caatinga nativa o banco de sementes das plantas de imbuzeiro, apresenta um número de sementes bastante significativo no solo embaixo da copa, tanto de sementes das safras anteriores, quanto da safra atual. Contudo, a maior parte das sementes apresenta danos que impossibilitam sua germinação. Na caatinga degradada o banco de sementes é muito pequeno e praticamente sem sementes das safras anteriores. A dispersão das sementes na caatinga nativa encontra-se concentrada nas duas primeiras unidades amostrais. Quanto à ocorrência de plantas jovens, há predominância nas primeiras unidades amostrais da caatinga nativa com média de 2,5 plantas.m-2 durante a estação chuvosa. Os dispersores das sementes de imbuzeiro observados na área de catinga nativa foram o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), a cotia (Dasyprocta cf. prymnolopha), o caititu (Tayassu tajacu), a raposa (Dusicyon thous), o teiú (Tupinambis merianae), o tatu-peba (Euphractus sexcinctus) e o guará ou guaxinim (Procyon cancrivous) e na área de caatinga degradada o caprino (Capra hircus).
As fabriquetas de doce do fruto do imbuzeiro
O cascudo da flor do imbuzeiro
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O doce do xilopódio do imbuzeiro
Nesta foto podemos observar mudas de imbuzeiro após 180 dias de crescimento com xilopódios bastante desenvolvido. Nesta fase, os xilopódios das mudas podem ser utilizados para produção de doce em massa, substituindo o xilopódio de plantas adultas.
O fato
O plantio foi realizado em canteiros com até 3 metros de comprimento por 1 metro de largura, com profundidade de 40 cm, com substrato formado por solo da superfície e areia grossa lavada, em proporções volumétricas de 1:1. As sementes foram semeadas numa proporção de, aproximadamente, 120 sementes por m² com uma cobertura de 2,5 a 3,0 cm de areia.
Os canteiros foram irrigados três vezes por semana. Quando as plantas completaram 180 dias de crescimento, foram retirados os xilopódios para produção de doce em massa. Após a colheita, os xilopódio foram lavados em água corrente e sanitizados, em uma solução de uma colher de sopa de água sanitária para cada litro de água, por 30 minutos. Após a retirada da casca do xilopódio, este foi passado em um ralo para trituração. Posteriormente, foi espremida a massa para retirada do excesso de água. No preparo do doce foram utilizados os seguintes ingredientes: 1 kg de massa de xilopódio adicionado a 750 g de açúcar. Misturou-se o açúcar à massa, antes de levá-lo ao fogo, mexendo-se sempre, até a mesma atingir o ponto de uma massa mais consistente que permitiu o corte. Para atingir esse ponto a mistura permaneceu ao fogo por aproximadamente 35 a 40 minutos de cozimento. A análise sensorial do doce foi realizada através de testes de degustação, utilizando-se uma escala Hedônica com os seguintes atributos: "desgostei muitíssimo" a "gostei muitíssimo".
Nas plantas de imbuzeiro, aos 180 dias após o plantio, o xilopódio atinge um comprimento em torno de 28 cm e um diâmetro, na porção tuberculada, de 6,5 cm e peso médio de 250 g. Nesta etapa de crescimento, o xilopódio do imbuzeiro apresenta as melhores características para o processamento de doce em massa. Quanto a preferência dos provadores, em termos de aparência, sabor e textura do doce de xilopódio, observou-se que 60,65% dos provadores indicaram o atributo "gostei muito" para à aparência e 65,68% provadores indicaram o atributo " gostei muitíssimo" para o sabor. Quanto a textura, a maioria dos provadores 59,62% indicou o atributo gostei regularmente". A análise sensorial do doce em massa processado com xilopódio do imbuzeiro obtido de plantas aos 180 dias de crescimento, indicou que o doce do xilopódio nesta fase de desenvolvimento da planta pode substituir o xilopódio de plantas adultas, evitando-se danos em sua retirada.
Repovoamento da caatinga com mudas de imbuzeiro
terça-feira, 3 de abril de 2007
O cancão e a semente do imbu
O fato
O canção é um pássaro de grande ocorrência na região semi-árida do Nordeste. Esta ave, tem como principal hábito alimentar, larvas, ovos de outros pássaros e pequenos répteis. Contudo, no semi-árido, o canção alimenta-se dos frutos de diversas plantas da caatinga, tais como, da faveleira, do imbuzeiro, da imburana, etc. No período de agosto a setembro, quando o imbuzeiro inicia a frutificação, o canção alimenta-se dos pequenos frutos com 3 a 15 dias após a fecundação. Neste período um pássaro é capaz de consumir até 26 frutos por m² de copa do imbuzeiro. Como esses pássaros andam em grupos de 3 a 6 aves, os danos causados a frutificação é considerável. No final da safra do imbuzeiro, quando os frutos caem ao chão, os pássaros quebram a casca da semente do imbuzeiro e consomem o embrião, inutilizado as sementes. Neste processo, os pássaros em grupos, juntam uma quantidade de sementes ao lado de uma pedra ou pedaço de galhos secos e usam o bico para bater com as sementes nestes obstáculos e retirar o embrião das sementes. Um canção chega a consumir o embrião de até 46 sementes por dia, causando danos consideráveis ao processo de dispersão desta planta.
domingo, 1 de abril de 2007
O atravessador da compra do imbu
Nesta foto podemos observar agricultores da comunidade de Juá localizada a 60 km do município de Juazeiro, BA, comercializando os frutos do imbuzeiro nas ruas do município. Um detalhe importante é que normalmente, as mulheres estão mais presentes na venda do imbu, isto porque os homens ficam nas comunidades colhendo frutos para venda.
O fato
A principal forma de comercialização do fruto do imbuzeiro na região semi-árida do Nordeste é a venda para atravessadores que representam grandes comerciantes de Salvador, Recife e outras capitais do Nordeste. Nesta forma de comercialização os atravessadores fazem um contrato verbal com os agricultores na comunidade para compra de toda a safra de imbu. O preço do saco de imbu que normalmente pesar 50 kg é imposto pelo comprador em função da oferta de frutos, assim, quando a produção é pequena, o preço é maior e em anos de grandes safras, o preço é menor. Em média, o saco de imbu é comercializado por R$ 20,0. Geralmente, em cada comunidade há um representante do atravessador que mantém um contato mais próximo com os agricultores. O principal mercado consumidor do imbu é a Feira de São Joaquim em Salvador, para lá vai a maior parte dos frutos colhidos no Nordeste da Bahia, principalmente nos municípios de Juazeiro, Curaçá, Uauá, Canudos e Jaguarari. Quando ocorre excesso de oferta na feira de São Joaquim, parte da produção é comercializada para as indústrias de polpa da região, principalmente em Feira de Santa, BA. Outro mercado importante é a região metropolitana do grande Recife que absorve parte significativa da safra de imbu.