As fotos
Nestas fotografias podemos observar uma casa de agricultor com caprinos, os animais no aprisco, a ordenha de uma cabra, animal bebendo água, animais consumindo mandacaru queimado, um agricultor transportando mandacaru para os animais e uma área de caatinga com as folhas maduras ao chão. As fotografias
foram obtidas em comunidades do Sertão de Pernambuco no município de Petrolina.
Os fatos
O Nordeste
brasileiro concentra mais de 90% do rebanho brasileiro de caprinos, estimado em
mais de 13 milhões de cabeças. No Estado da Bahia encontra-se mais de 3 milhões
de cabeças, favorecidas, principalmente pelas dimensões territoriais da região
e a diversidade da vegetação, contudo esse rebanho tem sofrido danos severos
com a sequência das secas que assolam a região. A seca tem provocado à mortandade
de grande parte do rebanho de bovinos, porém, os caprinos de modo geral conseguem
suportar seus efeitos alimentando-se com
a pouca produção de forragem da caatinga. Embora as chuvas tenham sido
consideradas muito abaixo das médias, a caatinga ainda consegue produzir um
pouco de folhas que alimentam os caprinos. Em muitas partes do Sertão, os
pequenos criadores de caprinos não tiveram perdas significativas de seus
animais pela falta de alimentos. O que mais tem afetado o rebanho de caprinos
na região seca é a falta de água para consumo. Muitos agricultores tem vendido
parte do rebanho de caprinos para aquisição de água para o consumo. O que chama
a atenção no comportamento dos caprinos no período de seca é a sua capacidade
de sobrevivência as adversidades da região. Isso pode ser atribuído de modo
geral ao fato de que esse rebanho apresente um percentual significativo de
animais SRD (Sem Raça Definida), adaptados às intempéries da região e a uma pequena
melhoria na genética dos rebanhos com a introdução de algumas raças exóticas. Os
caprinos são considerados como a garantia
de renda para as famílias do Sertão durante todo o ano. Os agricultores consomem
e vendem os animais, principalmente para o mercado local, onde há uma demanda
alta pelo consumo da carne de caprinos. Outra fonte de renda é a venda do
esterco para adubação orgânica em áreas de agricultura irrigada. A produção de
leite, embora pequena é consumida in natural ou transformada em queijos de
coalho artesanais, doces de leite, etc. Embora o leite de cabra seja rico em triptofanos,
cálcio, fósforo, vitamina B2, proteína e potássio, seu consumo ainda é pequeno
quando comparado com outras regiões produtoras. Uma
das vantagens comparativas do leite de cabra da caatinga é a vegetação
consumida pelos animais. Nossas cabras consomem de modo geral as folhas,
frutos e tubérculos da caatinga o que garante um leite puro de boa qualidade. Mesmo
na seca, quando tudo parece perdido, ainda é possível um agricultor conseguir um
pouco de leite de suas cabras no Sertão.