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sábado, 26 de junho de 2010

Os riachos da caatinga nordestina


A foto

Nesta fotografia podemos observar o escoamento superficial em um pequeno riacho após uma chuva na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 21 de janeiro de 2004 na área de Caatinga da comunidade de Cacimba do Baltazar no município de Petrolina, PE.

O fato

Nas caatingas do Nordeste a água dos riachos no período de chuva é uma das belezas raras. A paisagem se transforma e o cenário parece de outros mundos, tudo é belo na época de chuvas no sertão. Muita água corre nos riachos trazendo alegria para toda natureza, contudo esta imagem é bastante efêmera, pois rapidamente os riachos secam e a caatinga volta a sua normalidade, isto é, a seca com riachos de areia. As chuvas que caem na região semiárida do Nordeste apresentam uma variação de 350 a 500 mm por ano, contudo, em 2004 foram registrados mais de 800 mm, sendo que, 600 mm ocorreram somente no mês de janeiro provocando verdadeiras enchentes nos riachos e rios temporários da região.

A lavagem de roupas na caatinga com água de açude


A foto

Nesta foto, podemos observar a lavagem de roupas com água de açude na caatinga. A fotografia foi obtida no  município de Dormentes, PE em 13 de outubro de 2005.
O fato
No Nordeste existe uma grande quantidade de açudes e barreiros, cujas águas são utilizadas das mais variadas formas, sendo o consumo de água pelos animais a mais observada. Outra forma de utilização dessas águas é para a lavagem de roupas pelos agricultores. Com a utilização da água do açude ou barreiro para lavagem das roupas, a água armazenada nas cisternas pode ser utilizada para o consumo e o preparo dos alimentos. Na foto podemos ver mulheres lavando roupas em barracas armadas próximo a um açude no município de Dormentes, PE. Neste caso a água é retirada do açude em animais e levada até as barracas. As mulheres se reúnem em determinados dias da semana para realizarem esta atividade e um homem da comunidade faz o transporte da água.

Água de cisterna na lavagem de roupas no sertão nordestino


A foto

Nesta foto, podemos observar a utilização da água de chuva para lavagem de roupas. A fotografia foi obtida na comunidade de Atalho no município de Petrolina, PE em 26 de outubro de 2006.
O fato
A cisterna rural tem como finalidade armazenar o maior volume possível da água que cai no telhado das casas, visando o atendimento das necessidades de águas das pessoas no período de estiagem, com prioridade para o consumo e preparo dos alimentos. Todavia, a utilização desta água para atividades como a lavagem de roupas não é uma forma racional de aproveitar a água de chuva. Para lavagem de roupas, os agricultores deveriam utilizar água armazenada em outras fontes como barreiros, açudes, etc. Este fato leva-nos a uma reflexão sobre as formas de utilização da água de chuva armazenada nas cisternas. Não que as pessoas não têm direito de lavar suas roupas, isto não é o caso, e sim, o fato de que a água da cisterna é muito boa para ser utilizada na lavagem de roupas. De modo geral, sempre há uma fonte alternativa de água nas comunidades e dela os agricultores poderão utilizara a água para lavagem de roupas, visto que, a lavagem de roupas consome muita água.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O delicioso doce do imbu maduro



A foto

Nesta foto podemos observar o doce em massa obtido com o fruto do imbuzeiro no estádio de maturação muito maduro.  A foto foi obtida no dia 20 de março de 2010 na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

Doce em massa das mais variadas frutas é uma tradição na região semiárida do Nordeste. Temos doce de goiaba, de jaca, de banana, de caju, etc. Contudo, o doce mais gostoso parece que é o do imbu maduro ou muito maduro.  Tradicionalmente os frutos utilizados para produção de doce são os “de vez” ou inchados. Os frutos alcançam a maturação plena, 2 a 3 dias após a colheita ou queda ao solo. Para fazer esse tipo de doce, necessitamos de 1 kg de polpa de imbu maduro ou muito maduro e 500 g de açúcar. Mistura-se o açúcar a polpa e leva ao fogo brando por 20 a 25 minutos, até o ponto de corte. Quando você consumir um doce de imbu maduro ou muito maduro, seus conceitos sobre doce em massa mudarão.

terça-feira, 15 de junho de 2010

A compota de imbu na merenda escolar


A foto

Nesta fotografia podemos observar um lote de compota de imbu. Esta fotografia foi obtida na Comunidade de Marruá em Uauá, BA no dia 2 de fevereiro de 2010.

O fato
A compota de imbu é uma das formas de processamento do fruto do imbuzeiro mais adequada para o consumo do fruto fora da época de produção. A compota é obtida com a adição de uma calda de açúcar aos frutos e posteriormente o cozimento em banho maria. Este produto tem sido muito apreciado, principalmente pelos consumidores de outras regiões que não produzem o fruto do imbuzeiro. Os ingredientes necessários para a compota são: 1 kg de açúcar comum; 1 litro de água potável; 2 litros de frutos no estádio de maturação “de vez”. Para obter a calda da compota deve-se misturar a água com o açúcar e leve ao fogo brando, mexendo constantemente até a fervura da água. Os frutos devem ser descascados ou não. Colocar os frutos em vidros esterilizados e depois completar com a calda. Posteriormente colocar em banho-maria durante 30 minutos. Após a retirada dos vidros do banho maria, deixe esfriar em local seco e arejado por 12 horas antes do consumo. A produção de compota tem como destino a merenda escolar dos municípios produtores de imbu. Parte da produção que não é comercializada com a Conab é distribuída para outras regiões.

O agronegócio do imbu no sertão da Bahia


A foto

Nesta foto, podemos ver alguns produtos de imbu. A foto foi obtida no dia 15 de junho de 2010 na Comunidade de Lage no município de Sento Sé, BA.

O fato

As fabriquetas de doce de imbu estão cada dia mais presente na região semiárida do Nordeste, principalmente no Estado da Bahia. Segundo dados da Conab de 2008 a 2010 foram adquiridos 183.249 kg de produtos derivados do imbuzeiro, entre eles, polpa, doce, geléia e compota, provenientes de diversas fabriquetas da região semiárida da Bahia. Esta produção foi avaliada em R$ 763.890,00. O destino destes produtos é a merenda escolar regional. Assim, podemos valorizar mais nossas fruteiras nativas e gerar renda para as famílias rurais. A comunidade de Lage vendeu para Conab em 2010 um total de R$ 25.000,00 em doce em massa de imbu.

A colheita de imbu no mês de junho na caatinga


A foto

Nesta fotografia podemos ver alguns frutos do imbuzeiro. A fotografia foi obtida em 14 de junho de 2010 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

      A fenologia reprodutiva do imbuzeiro na região semiárida do Estado de Pernambuco ocorre no período de julho a fevereiro, com a brotação e floração de agosto a setembro, a frutificação de outubro a novembro e os frutos maduros de dezembro a fevereiro. Contudo, algumas plantas já apresentam frutos maduros no mês de novembro. O período médio entre o início da frutificação e a maturação plena dos frutos é, em média, de 125 dias com ocorrência de frutos aos 116 dias após a fecundação em algumas plantas. Neste caso, estes frutos tiveram sua fecundação entre os dias 30 de julho a 01 de agosto de 2009. Por outro lado, existem plantas tardias que só iniciam a produção no mês de abril e vão até junho como podemos ver na fotografia. Essas variações contribuem para que a produção do imbuzeiro ocorra em um período mais prolongado. Essas informações também podem ser confirmadas na Ceasa de Recife, PE onde existe registro da chegada de imbu no mês de junho.

A perda da lavoura no sertão de Pernambuco em 2010


A foto

Nesta fotografia podemos ver um agricultor cultivando milho. A fotografia foi obtida no dia 27 de maio de 2010 na Comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE.

O fato

As expectativas de irregularidades nas chuvas de 2010 no sertão de Pernambuco se confirmaram. As chuvas não foram suficientes para que os agricultores conseguissem alguma produção das culturas de subsistência, como o milho e o feijão. Na comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE, os agricultores que plantaram com as chuvas de fevereiro não tiveram bons resultados como podemos ver na roça do senhor Alírio Macêdo. As chuvas não foram suficientes para a produção das lavouras. Embora nesta comunidade tenha ocorrido uma precipitação de  306,8 mm na comunidade, os veranicos impediram o desenvolvimento do milho e feijão. Contudo, ainda houve alguma colheita na propriedades onde os agricultores plantaram com as chuvas do final de 2009.

A migração do cágado d água na caatinga


A foto

Nesta foto, podemos observar um cágado-d'água na caatinga. A fotografia foi obtida numa área de caatinga nativa Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em 19 de maio de 2010.

O fato

Os cágados-d água, geralmente são encontrados nos riachos e rios temporários da região semiárida do Nordeste. Na caatinga são encontradas duas espécies de cágado, a Phrynops geoffroanus e P. tuberculatus, estas podem ser encontradas em riachos, rios e açudes da Caatinga. Acredita-se que na época da chuva, esses animais migram dos açudes para os riachos. Este exemplar da foto foi observado deslocando-se na caatinga em busca de locais com água. Como este ano de 2010 não houve chuvas significativas na região, vários cágados têm sido observados na caatinga em busca de fontes de água. Esta migração põe em risco a espécie, visto que, fora dos corpos de água, os cágados são vulneráveis.