A foto
Nesta fotografia, podemos observar uma lagoa na caatinga com pouca água e muitas Garças Branca e Biguás. A fotografia foi obtida no dia 30 de outubro de 2011 na caatinga do município de Petrolina, PE.
O fato
No período de verão na caatinga, quando as lagoas, açudes e barreiros começam a secar é possível ver as Garças Brancas pequenas e os Biguás em busca de peixes. Essas aves geralmente vivem em banhados e rios perenes, contudo, com a seca as lagoas do Sertão se tornam um lugar especial para elas pela grande quantidade de peixes. No período de chuvas, as lagoas e açudes enchem e transbordam até os grandes rios facilitando a piracema e estes peixes ficam retidos nas lagoas quando as águas abaixam e cortam o fluxo com os rios. Normalmente os habitantes do entorno das lagoas pescam os grandes peixes e ficam só aqueles que não servem para consumo. Estes pequenos peixes são a alimentação das garças, biguás e outras aves aquáticas da caatinga. O biguá (Phalacrocorax brasilianus) é uma das aves de maior capacidade de mergulho nos rios em busca de peixes, permanecendo muito tempo no mergulho, contudo nas lagoas que ficam com pouca água, esta ave não pode demonstrar suas capacidades e limita-se a caminhar as margens da lagoa para capturar os peixes. A pequena Garça Branca (Ardea Alba), semelhante ao Biguá, também tem como habitat os grandes alagados e rios. No período das chuvas elas permanecem quase sempre no Rio São Francisco e com a seca e formação das aguadas e lagoas, elas voa até lá para consumir os pequenos peixes nas lagoas. Nas lagoas, as Garças ficam distribuídas as margens esperando que algum peixe apareça para capturá-lo. A presença dessas duas aves nas lagoas do Sertão nordestino é um espetáculo impar. As Garças e os Biguás são aves migratórias que acompanham as mudanças climáticas nas mais diferentes regiões do Brasil.